POLÊMICA Itália prepara restrições contra Organizações não Governamentais do Mediterrâneo Publicada em 28/12/2022 às 14:45 Desde o fim de outubro, o novo governo italiano tem resistido em abrir os portos para navios humanitários, o que já gerou uma crise diplomática com a França após uma embarcação da ONG SOS Méditerranée. O governo da Itália prepara um decreto para restringir a atividade de navios de ONGs humanitárias que realizam resgates de imigrantes forçados e refugiados no Mar Mediterrâneo. Combater os fluxos migratórios provenientes da África é uma das principais promessas do governo liderado pela premiê de extrema direita Giorgia Meloni, que tem como vice o líder ultranacionalista Matteo Salvini, notório por suas medidas contra ONGs no período em que chefiou o Ministério do Interior (2018-2019). Desde o fim de outubro, o novo governo italiano tem resistido em abrir os portos para navios humanitários, o que já gerou uma crise diplomática com a França após uma embarcação da ONG SOS Méditerranée ter sido forçada a navegar até Toulon, a mais de mil quilômetros de distância. O texto do novo código de conduta ainda não foi divulgado, mas fontes do governo indicam que a ideia é proibir as agências humanitárias de realizar mais de um resgate por vez. Além disso, a Itália quer obrigar os solicitantes de refúgio a pedir proteção internacional no país de bandeira no navio, medida destinada a provocar críticas na União Europeia, a maioria deles tem registro na Alemanha. Embarcações das ONGs O projeto também deve prever multas e apreensões de embarcações das ONGs que violarem as normas. Nas últimas semanas, o governo italiano já passou a designar portos cada vez mais distantes para os navios humanitários levarem imigrantes forçados e refugiados, o que afasta a possibilidade de novos resgates. O Ocean Viking, da SOS Méditerranée, socorreu 113 pessoas no Mediterrâneo Central na terça-feira e recebeu a indicação de navegar até Ravenna, na costa do Mar Adriático, a quase 1,7 mil quilômetros do local de salvamento. “Estamos aliviados pelos sobreviventes a bordo, mas também estamos preocupados com potenciais barcos em dificuldade no Mediterrâneo Central, uma vez que somos a única ONG operando atualmente no mar”, disse a instituição. De acordo com o Ministério do Interior, a Itália já recebeu 101,9 mil imigrantes forçados via Mediterrâneo em 2022, aumento de 53% em relação ao ano passado. Fonte: Correio do Brasil Leia Também Itália prepara restrições contra Organizações não Governamentais do Mediterrâneo Rússia intensifica ataques em Kherson, cidade no sul da Ucrânia Brasil tem 207,8 milhões de habitantes, revela prévia do Censo 2022 País gera 135 mil novos postos de trabalho em novembro, diz Caged Moraes restringe porte de arma de fogo no DF durante posse de Lula Twitter Facebook instagram pinterest