LUTA POR DIREITOS ONGs internacionais suspendem atividades no Afeganistão após proibição de trabalho de mulheres Publicada em 26/12/2022 às 09:46 No Afeganistão, pelo menos uma dezena de ONGs internacionais decidiram suspender suas atividades depois que os talibãs proibiram associações nacionais e internacionais e organizações não-governamentais de empregar mulheres, sob a alegação de desrespeito ao uso do hijab islâmico. O número de ONGs afegãs, especialmente aquelas dirigidas por mulheres, que tiveram que fechar é desconhecido. As agências da ONU, que atualmente não são afetadas por essa proibição, estão em discussão, como várias organizações internacionais, bem como doadores, para decidir se suspendem ou não suas atividades no Afeganistão. Uma decisão difícil no contexto afegão. Mais da metade da população precisa de assistência humanitária. Mas uma linha vermelha foi ultrapassada por muitas ONGs internacionais. A ONG francesa Ação contra a Fome (ACF), presente no Afeganistão desde 1995, é uma das organizações não-governamentais internacionais que suspendeu suas atividades não vitais desde domingo (25). “Nunca é uma decisão fácil de tomar porque, por um lado, temos a vida de crianças menores de cinco anos em nossas mãos e temos a responsabilidade de continuar nosso cuidado vital. Por outro lado, temos essa decisão surpreendente e inesperada de proibir mulheres de trabalhar em organizações humanitárias e para nós isso é algo inegociável”, explica Samy Guessabi, diretor da ACF no Afeganistão. Acreditando que ainda é possível dialogar com o regime talibã, a ONG francesa quer se posicionar sobre a decisão do governo Islâmico. “É importante para a ACF lembrar que 40% dos nossos colegas são mulheres. Que sem essas mulheres que trabalham conosco é impossível atender e ajudar mais da metade da população necessitada”, continua Samy Guessabi. Todas as ONGs afegãs dirigidas por mulheres fecharam suas portas no domingo. Elas não tiveram escolha. "Ainda não acredito que disse às mulheres que elas não deveriam mais trabalhar", lamenta Arezo Hussein, diretor de uma ONG em Cabul que promove a conscientização por telefone sobre a higiene íntima feminina. Fonte: RFI Leia Também ONGs suspendem atividades no Afeganistão após proibição de trabalho de mulheres Base de polícia comunitária do 4º BPM é reinaugurada com homenagem póstuma Confiança do Consumidor sobe 2,7 pontos em dezembro, mostra dados da FGV Prefeitura realiza lançamento da obra de construção da nova UBS Frei Silvestre Prefeitura realiza entrega de cestas básicas para famílias de Tarilândia assistidas pela Semdes Twitter Facebook instagram pinterest