VIOLÊNCIA Assassinatos de jornalistas aumentaram 50% em 2022, aponta levantamento da Unesco Publicada em 16/01/2023 às 13:47 Os assassinatos de jornalistas registraram um aumento de 50% em 2022, com 86 mortos no ano passado, ou cerca de "um a cada quatro dias", de acordo com um levantamento da Unesco. A agência da ONU com sede em Paris lamentou, nesta segunda-feira (16), uma "inversão da tendência positiva" dos últimos anos, já que os homicídios haviam caído para uma média de 58 casos entre 2019 e 2021, em comparação com 2018, com 99 vítimas. O Brasil teve três jornalistas assassinados em 2022 na contagem da Unesco. "O forte aumento do número de jornalistas mortos em 2022 é alarmante", lamentou a diretora-geral da Unesco, a francesa Audrey Azoulay. As autoridades devem redobrar seus esforços para deter esses crimes e garantir que seus autores sejam punidos, porque a indiferença é um fator importante neste clima de violência", acrescentou ela. O organismo constata que 86% das mortes permanecem impunes. Quase a metade dos jornalistas mortos em 2022 estavam na América Latina e no Caribe (44 casos) e 75% dos assassinatos aconteceram fora de conflitos em grande escala. Dos 86 jornalistas que foram assassinados no ano passado – acima dos 55 casos registrados em 2021–, 19 foram mortos no México, dez na Ucrânia e nove no Haiti, os três países mais violentos para a profissão, segundo a Unesco. Cerca da metade deles "não morreu no exercício de suas funções: estavam viajando, em casa, em estacionamentos ou outros lugares públicos quando foram atingidos", informa a agência da ONU. Mas "esta é a consequência de seu trabalho como jornalistas, o fato de estarem investigando assuntos sensíveis", insistiu um funcionário da Unesco, entrevistado pela agência AFP. A agência assinala que nesses países marcados por conflitos, "não há lugar seguro para os jornalistas". Vários homicídios foram motivados por "represálias a reportagens sobre o crime organizado, conflitos armados ou aumento do extremismo. A cobertura de assuntos sensíveis como corrupção, crimes ambientais, abuso de poder e protestos também resultou no assassinato de jornalistas", disse a Unesco. Além das mortes, os repórteres podem enfrentar "múltiplas formas de violência", destaca a agência da ONU, como "desaparecimento forçado, sequestro e detenção arbitrária, assédio legal e violência digital, particularmente contra as mulheres", sublinha a Unesco. Fonte: RFI Leia Também Assassinatos de jornalistas aumentaram 50% em 2022, aponta levantamento da Unesco Vara de Penas Alternativas regularizou 2,5 mil processos em mutirão na capital Anatel inicia testes para envio de mensagens com alerta de desastres Balança comercial tem superávit de US$ 61,8 bilhões em 2022 Poder Judiciário do Estado Rondônia convoca nova turma de aprovados em concurso realizado em 2021 Twitter Facebook instagram pinterest