POLÍTICA Eleições regionais na Itália, primeiro teste para a primeira-ministra Meloni Publicada em 09/02/2023 às 15:29 As eleições de domingo e segunda-feira nas importantes regiões de Lombardia e Lácio, as mais populosas da Itália, são o primeiro teste para o governo de extrema direita de Giorgia Meloni, no poder há mais de três meses. Tanto a Lombardia, motor econômico do país, quanto o Lácio, com a capital Roma, se destacam por sua contribuição significativa para o Produto Interno Bruto (PIB) italiano. Os eleitores destas duas regiões estão convocados às urnas para eleger o novo presidente e renovar o conselho regional. "Essas eleições representam um teste para o governo (...). A direita parece liderar as pesquisas graças ao impulso dado pela vitória de Giorgia Meloni" em setembro nas eleições legislativas, diz Jean-Pierre Darnis, professor da Universidade de Roma e Nice (França). O resultado também medirá forças entre o partido de extrema direita Irmãos da Itália de Meloni, a Liga de Matteo Salvini e a Força Itália do bilionário Silvio Berlusconi. A primeira-ministra da Itália manteve um alto índice de popularidade em seus primeiros 100 dias de governo, o que certamente garantirá novamente um bom resultado para os Irmãos da Itália, após o recorde alcançado nas eleições legislativas com 26%. De acordo com uma pesquisa realizada pelo instituto Youtrend em 2 de fevereiro, em caso de novas eleições a nível nacional, o partido de Meloni teria o apoio de 29,4% dos eleitorado. A Liga obteria 8,7% dos votos e o Força Itália 7%, segundo a mesma pesquisa, claramente em segundo plano. A primeira mulher a governar a Itália, após dominar as legislativas com um discurso populista, exerce o poder com tom moderado, principalmente em relação à União Europeia, evitando confrontos e abstendo-se de mudar a linha de seu antecessor, o economista e europeísta Mario Draghi. Também manteve de maneira inabalada sua posição sobre a guerra na Ucrânia e seu total apoio ao governo daquele país. - Oposição dividida - Internamente, a líder carismática se beneficia da grave crise do maior partido da esquerda, o Partido Democrático (PD), fortemente dividido e em busca de um novo líder. O PD certamente não chegou a um entendimento com o Movimento 5 Estrelas para criar uma frente ampla no campo progressista. A Liga de Salvini, que perdeu seu status de primeiro partido da direita nas eleições legislativas de 2018, tenta recuperar terreno na produtiva Lombardia graças à aprovação do projeto de lei que concede poderes notáveis às regiões. As regiões italianas gozam de considerável autonomia em relação ao governo central, especialmente em setores como saúde, transporte e educação, tema que a Liga sempre usou para evitar redistribuir sua própria riqueza com as regiões pobres e pouco industrializadas do sul. O atual presidente da Lombardia, Attilio Fontana, membro da Liga, é de fato o favorito ante uma oposição dividida. Segundo pesquisa realizada em janeiro, o partido de Meloni chegaria a quase 25% na Lombardia, bem à frente da Liga, em torno de 13%. "Em nenhum caso, acho que o resultado na Lombardia enfraquecerá Salvini", adverte o cientista político Franco Pavoncello, professor de ciência política na Universidade John Cabot, em Roma, em conversa com a AFP. A situação é parecida no Lácio, já que o candidato de direita, Francesco Rocca, tem o apoio de toda a coalizão, enquanto a oposição não conseguiu se unir. "A divisão entre o Partido Democrata e o Movimento 5 Estrelas enfraqueceu toda a esquerda", resume Pavoncello. Fonte: AFP Leia Também Eleições regionais na Itália, primeiro teste para a primeira-ministra Meloni Artigos com pesquisas desenvolvidas no Campus Ji-Paraná são publicados em revista científica Qualis A1 Câmara dos Deputados cria mais cinco comissões permanentes Ministério da Educação divulga nova tabela para salário educação Síria aproveita terremoto para sair do isolamento diplomático, dizem analistas Twitter Facebook instagram pinterest