EDITORIAL Histórico do ex-deputado de Rondônia Eyder Brasil deve ensinar lição a Chrisóstomo sobre a ‘‘Síndrome do Fiscal de Banheiro’’ Publicada em 11/02/2023 às 09:16 Porto Velho, RO – Em 2018, além do próprio Jair Bolsonaro, à época ainda no PSL, hoje União Brasil, surgiram para a política brasileira diversos nomes até então desconhecidos, especialmente do seio militar, como, regionalmente falando, os deputados Eyder Brasil, estadual, e Coronel Chrisóstomo, federal. Os dois excursionaram ideologicamente pelo espectro mais à direita no tabuleiro; lado outro, apesar dos discursos ferrenhos e das gesticulações sempre veementes, a dupla se distanciou quando o assunto tinha a ver com a prática. Brasil fez escolhas na vida privada – que não nos diz respeito –, destoando dos pronunciamentos como candidato, antes de alçado ao Poder, e também na condição de autoridade constituída pelo voto. Além, disso, procurou manter o foco nas palavras ao vento, buscando sempre afagar a “bolha” com pautas segmentadas. O primeiro termômetro foi brutal com ele. Em 2020, quando concorreu à Prefeitura de Porto Velho, o militar foi à bancarrota logo no primeiro turno, encerrando sua participação em sétimo lugar, com apenas 5.620 votos. E é preciso levar em conta que o ex-deputado recebeu só do PSL mais de R$ 840 mil em dinheiro público para gastar na campanha, embora tenha dispendido mais que isso, ultrapassando R$ 1 milhão em despesas contratadas. Parte disso ocorreu porque a população detectou essas movimentações dissonantes entre o que era dito e a cota empírica. Ou seja, a sociedade avaliou o quanto daquela conversa virou ação de fato. Isto sem contar os ataques deliberados e a raiva incrustada no discurso. Quando lançou sua campanha à reeleição, “apostou” na mesmice, deixou de se reciclar como político, e lançou publicidade eleitoral esdrúxula “combatendo” o tal banheiro unissex. E foi assim que Eyder se despediu do mandato: com a imagem de fiscal de banheiro, por escolha própria, trilhando caminhos errados. Esta não é somente uma opinião do Rondônia Dinâmica: Brasil passou por dois “referendos”, afinal, e tanto em 2020 quanto em 2022 disseram não a ele. Lamentavelmente. Ex-deputado apostou suas fichas em pautas ideológicas e perdeu em 2020 e em 2022 / Reprodução A única semente “significativa” que plantou também acabou de ser dizimada pelo Supremo (STF). A Suprema Corte formou maioria a derrubou a lei de sua autoria que proibia o uso da “linguagem neutra” em escolas de Rondônia. Ainda que com ressalvas, até Nunes Marques, o membro do Pretório Excelso escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, se posicionou para fulminar a norma concebida pelo antigo representante da Assembleia (ALE/RO). De acordo com a Agência Brasil, Nunes Marques alega que a língua é um sistema vivo e que as transformações não devem ser ditadas por normas, regras ou acordos. “Entendo, sempre com o mais elevado respeito a entendimento diverso, que qualquer tentativa de se impor mudanças ao idioma por meio de lei, como se a língua pudesse ser moldada por um decreto, será ineficaz”, disse. E prosseguiu: “Pelas razões expostas é que acompanho o eminente relator quanto à inconstitucionalidade sob o aspecto formal. Contudo, com as mais respeitosas vênias à Sua. Excelência, divirjo da tese proposta e proponho a seguinte redação da tese de julgamento: “norma estadual que imponha ou proíba modalidade de uso da língua portuguesa, diversa da norma padrão estabelecida, viola a competência legislativa”, acrescentou. Coronel Chrisóstomo, por sua vez, se reelegeu como deputado federal e voltou à Câmara dos Deputados para mais quatro anos de mandato. O mesmo aconteceu com Coronel Marcos Rocha, governador do Estado, que manteve as rédeas do Palácio Rio Madeira. E ambos regressaram aos seus ofícios porque decidiram fazer mais do que falar, deixando para lá picuinhas vazias e a conversa fiada, ao menos na grande maioria das vezes. O congressista mandou veicular na imprensa regional sua indignação fervorosa contra um toalete feminino, que, especificamente para cadeirantes, abre uma exceção propiciando o uso para homens e mulheres. Uma questão simples de humanidade. Chrisóstomo parece querer assumir cargo extraoficial de Eyder Brasil como "fiscal de banheiro" / Reprodução O assunto foi abordado na última sexta-feira (10) pelo Rondônia Dinâmica. RELEIA Decadência: a grande preocupação de Coronel Chrisóstomo é o banheiro dedicado a homens e mulheres cadeirantes na Câmara Em vez de atuar pelos interesses de Rondônia buscando recursos para estruturação, saneamento básico, estradas, nosocômios, escolas, enfim, uma infinidade de necessidades locais, o homem que adotou a boina verde-oliva parece se entregar, finalmente, à faceta mais jocosa de sua personalidade. O fim dessa via mais folclórica o rondoniense já conhece. Chrisóstomo, em vez de seguir a fórmula que deu certo, agora assumiu de a vontade de pegar para si o cargo extraoficial que Eyder gostaria de ter: o de fiscal de banheiro. Fonte: Rondoniadinamica Leia Também Novos nomes em condições de concorrer a prefeito de Porto Velho, dois deles nunca disputaram cargos político-partidários, deputada Ieda estaria fora da lista Laerte Gomes participa de entrega de ônibus escolar para Associação Pestalozzi de Ouro Preto do Oeste Governador Marcos Rocha reforça que as ações educativas são importantes para manter a segurança no trânsito do Estado Mais uma operação tapa-buracos é feita no Tancredo Neves após pedido apresentado pelo vereador Edwilson Negreiros Preconceito contra professores e alunos da etnia Guarasugwe em escola de Rondônia suscita ação do MPF Twitter Facebook instagram pinterest