Operações da Polícia Federal em Rondônia deixam claro que a Justiça não esqueceu os terroristas locais; penas podem passar de 30 anos de cadeia

Porto Velho, RO – O jornal eletrônico Rondônia Dinâmica abordou em diversas ocasiões a necessidade de o Poder Judiciário e as entidades envoltas à Segurança Pública não deixarem “passar batido” o terrorismo regional.

No fim de 2022, inúmeros casos de ofensivas criminosas foram registrados em âmbito local.

Ataques às sedes de veículos de comunicação; automóveis queimados de maneira proposital, incluindo ônibus de passeio e caminhões de determinada empresa; emperramento ilegal de rodovias; enfrentamento físico contra policiais; e desprezo às deliberações da Justiça.

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Isto tudo sem contar o derramamento deliberado de óleo diesel nas pistas com intuito de causar acidentes e a destruição proposital da tubulação de distribuição de água em Ariquemes.

Essas situações – a despeito de anteriores –,  se assemelham aos intentos patrocinados contra os Três Poderes no dia 08 de janeiro quando bolsonaristas ensandecidos resolveram invadir e destruir o Palácio do Planalto; o Supremo Tribunal Federal (STF); e as duas Casas do Congresso Nacional, ou seja, tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado.

Investidas contumazes e fora-da-lei antidemocráticas, avessas ao Estado Democrático de Direito, contrariando, por sua vez, a soberania do povo brasileiro, que, diferentemente do desejo nutrido pela patota tresloucada, rumou por outro caminho rechaçando o comando da gestão anterior da União.

Desde 1988, com a redemocratização do País após longos 21 anos ininterruptos de Ditadura Militar, esta iniciada com o golpe de que depôs João Goulart em março de 1964, a única maneira de elevar uma autoridade ao Poder é o voto. Retirá-la de lá também, embora existe a ferramenta constitucional do impeachment, usada para destronar Fernando Collor de Mello, em 1992, e Dilma Rousseff, em 2016.

Portanto, a deflagração da “Operação Blackfyre”, iniciada pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira, 14, “visa apurar os responsáveis pelas ações ocorridas em Rondônia que contestavam o resultado das eleições ocorridas no ano passado”.

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Muitos dos envolvidos imaginaram que em decorrência da passagem do tempo sem haver consequências estariam livres de suas responsabilidades legais e consequências decorrentes dos atos desenvolvidos com intenções golpistas.

Ledo engano.

As investigações identificaram “diversas lideranças dos bloqueios realizados na BR-364, em Ariquemes, além dos possíveis autores do rompimento de tubulação da concessionária de água do Município, que deixou 06 bairros desabastecidos, e do incêndio de um caminhão”.

“São cumpridos 10 mandados de busca e apreensão no Estado de Rondônia, nas cidades de Ariquemes, Vilhena, Ouro Preto do Oeste, Jaru, Buritis e Cujubim. Além disso, foram aplicadas 07 medidas cautelares diversas da prisão consistentes em proibição de participação em manifestações antidemocráticas e de manter contato com outros investigados. Foram apreendidas 04 armas de fogo e realizada uma prisão em flagrante”, incluiu a PF.

O órgão acrescentou:

“Os investigados poderão responder, na medida de suas participações, pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de estado, dano qualificado, incitação ao crime, atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública e associação criminosa”, concluiu.

As penas somadas podem chegar a 31 anos de prisão.

SEM ANISTIA!