DENÚNCIA Reino Unido e EUA acusados de 'crimes contra a humanidade' nas Ilhas Chagos Publicada em 15/02/2023 às 10:46 A ONG de direitos humanos Human Rights Watch acusou nesta quarta-feira (15) o Reino Unido e os Estados Unidos de crimes contra a humanidade ao deslocar pessoas do disputado arquipélago indiano de Chagos, denúncia que Londres refutou “categoricamente”. A organização publicou um relatório de mais de 100 páginas, baseado em dezenas de depoimentos e documentos oficiais, para destacar que a “perseguição racial” de Londres com o apoio de Washington neste arquipélago situado ao nordeste das Ilhas Maurício constitui “um crime colonial”. Eleve o nível de sua segurança Uma porta-voz do ministério das Relações Exteriores britânico disse à AFP que “respeita o trabalho que a Human Rights Watch faz em todo o mundo”, mas “rejeita categoricamente essa caracterização dos fatos”. “O Reino Unido deixou claro que lamenta profundamente a forma como o povo de Chagos foi expulso do BIOT (British Indian Ocean Territory, Território Britânico do Oceano Índico, formado por dezenas de ilhas, ndr) no final dos anos 1960 e início da década de 1970”, disse ela. E assegurou que o governo está “comprometido em apoiá-los, com um pacote significativo de apoio e uma nova via para a cidadania britânica lançada em novembro”. O arquipélago de Chagos está no centro de uma disputa que remonta a mais de cinco décadas. Desde 1965, é administrado pelo Reino Unido, que decidiu estabelecer uma base militar conjunta com os Estados Unidos na ilha principal de Diego Garcia. O Reino Unido expulsou quase 2.000 moradores para a república de Maurício e as vizinhas Seychelles para abrir caminho para a base militar. Os mauricianos de Chagos acusam o Reino Unido de “ocupação ilegal”. Segundo a HRW, o Reino Unido e os Estados Unidos devem oferecer reparação integral à população local e permitir que voltem a viver em seu arquipélago. “O Reino Unido agora está cometendo um terrível crime colonial ao tratar o povo de Chagos como um povo sem direitos”, disse Clive Baldwin, autor do relatório. A organização identifica três crimes contra a humanidade: um crime colonial contínuo de deslocamento forçado, a prevenção do retorno para casa pelo Reino Unido e a perseguição racial e étnica do Reino Unido. Maurício, que conquistou a independência em 1968, reivindica o território de Chagos e sua soberania. Uma resolução da Assembleia Geral da ONU de maio de 2019 pede, entre outras coisas, para “reconhecer o arquipélago de Chagos como parte integrante do território das Ilhas Maurício, apoiar a descolonização de Maurício o mais rápido possível e abster-se de obstruir este processo”. Essa resolução seguiu uma sentença no mesmo sentido proferida pela Corte Internacional de Justiça alguns meses antes. No mês passado, o Reino Unido e as Ilhas Maurício iniciaram negociações sobre a soberania do arquipélago, mas, segundo o ministro das Relações Exteriores britânico, James Cleverly, os dois países concordaram que a base militar continuaria funcionando. Fonte: Isto É Leia Também Reino Unido e EUA acusados de 'crimes contra a humanidade' nas Ilhas Chagos Prefeito Flori Cordeiro dá início às obras de construção do Centro de Artes Marciais Município é destaque em livro do Ministério da Saúde, com projeto de Autocuidado no combate a Hanseníase Servidores da Educação participam de formação do Programa PAIC Secretaria municipal de saúde informa os pontos críticos com identificação de focos do Mosquito da Dengue Twitter Facebook instagram pinterest