DIA INTERNACIONAL DA MULHER Afeganistão é o país 'mais repressivo' para mulheres, diz missão da ONU Publicada em 08/03/2023 às 09:10 Há quase dois anos, quando o grupo fundamentalista Talibã conseguiu derrubar o governo e assumir o poder, a vida das mulheres no Afeganistão foi praticamente anulada. Quem conseguiu, fugiu do país, mas quem ficou teve de enfrentar uma enchurrada de restrições que praticamente anulou a vida que tinham antes. Nesta quarta-feira (8) - Dia Internacional da Mulher - um comunicado da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que o Afeganistão é o país que mais desrespeita os direitos das mulheres atualmente. A ONU pediu nesta quarta ao regime o fim imediato das "restrições draconianas" impostas às mulheres no Afeganistão. "O Afeganistão sob o governo Talibã continua sendo o país mais repressivo do mundo no que diz respeito aos direitos das mulheres", afirmou, em comunicado, a diretora da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão, Roza Otunbayeva. "Tem sido angustiante testemunhar seus esforços metódicos, deliberados e sistemáticos para afastar as mulheres e meninas afegãs da esfera pública". Desde que tomou o poder no país, em 2021, o regime fundamentalista Talibã tem imposto uma série de restrições às mulheres, como: Proibir que frequentem escolas e universidades - em dezembro, guardas armados chegaram a impedir a entrada de estudantes em instituições de ensino; Proibir a presença de mulheres em parques públicos, jardins, academias e banheiros públicos, com o argumento de que muitas não respeitavam as normas de vestimentas impostas pelo regime; Impor o uso da burca ou hijab; Proibir que mulheres viagem sem a companhia de um parente homem; Banir mulheres de empregos públicos e cargos de liderança. Segundo a agência de notícias AFP, um grupo de 20 mulheres fez um protesto nesta quarta em Cabul "Chegou o momento de a ONU tomar ações decisivas e sérias sobre o destino do povo (afegão)", disse uma das manifestantes durante o protesto, segundo a AFP. Na segunda-feira (6), as aulas nas universidades do país, que estavam em férias de inverno, foram retomadas sem a presença de mulheres, que foram banidas das salas de aula no ano passado. "É de partir o coração ver os homens seguindo para a universidade, enquanto nós temos que ficar em casa", relatou à AFP Rahela, uma moradora da província central de Ghor de 22 anos. "Isto é discriminação de gênero contra as mulheres porque o Islã nos permite buscar o ensino superior. Ninguém deve nos impedir de aprender". Fonte: G1 Leia Também Afeganistão é o país 'mais repressivo' para mulheres, diz missão da ONU Tiroteio em aeroporto de Santiago no Chile deixa 2 mortos, diz mídia local Polícia Federal prende casal russo foragido no Rio de Janeiro Moraes autoriza Torres a ficar em silêncio em depoimento à CPI Coluna Simpi – Empreender com sustentabilidade: a visão do empresário que valoriza as frutas amazônicas Twitter Facebook instagram pinterest