TENSÃO Chanceler chinês diz que 'confronto e conflito' vão ocorrer se EUA não mudarem Publicada em 07/03/2023 às 14:35 O ministro de Relações Exteriores da China, Qin Gang, declarou nesta terça-feira (7) que os Estados Unidos devem mudar sua atitude "distorcida" em relação à região asiática ou haverá um "conflito e confronto". "Se os Estados Unidos não pisarem no freio e continuarem a acelerar no caminho errado, nenhuma barreira poderá impedir o descarrilamento, que trará um conflito e confronto, que arcará em consequências catastróficas", declarou em entrevista coletiva de quase duas horas em que respondeu a perguntas enviadas com antecedência. As relações entre as duas superpotências estão tensas há anos devido a uma série de questões, incluindo Taiwan, comércio e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia, mas pioraram no mês passado depois que os Estados Unidos derrubaram um balão na costa leste dos EUA que diz ser chinês. Gang afirmou que “a percepção e as visões dos EUA sobre a China estão seriamente distorcidas. [Os norte-americanos] consideram a China como seu principal rival e o maior desafio geopolítico”. Os EUA, porém, dizem que estão estabelecendo barreiras para as relações e não estão buscando conflito. “Os EUA afirmam que buscam competir com a China, mas não buscam conflito. Mas, na realidade, a chamada 'competição' dos EUA é contenção e repressão total, um jogo de soma zero de vida e morte”, declara o chanceler. Ucrânia e Rússia Ao longo da entrevista, Qin fez uma defesa robusta da "diplomacia do guerreiro lobo", uma postura assertiva e muitas vezes abrasiva adotada pelos diplomatas da China desde 2020. "Quando chacais e lobos estão bloqueando o caminho e lobos famintos estão nos atacando, os diplomatas chineses devem dançar com os lobos e proteger e defender nossa casa e nosso país", afirmou o ministro. Qin também delcarou que uma "mão invisível" pressionava pela escalada da guerra na Ucrânia "para servir a certas agendas geopolíticas", sem especificar a quem se referia. Os norte-americanos, em 18 de fevereiro de 2023, declararam que Vladimir Putin, presidente da Rússia, comete crimes contra a humanidade no país vizinho. Segundo o ministro, a China precisa ampliar as relações com a Rússia à medida que o mundo se torna mais turbulento e as interações estreitas entre o presidente da República Popular da China, Xi Jinping, e seu colega russo, Vladimir Putin, ancoraram as relações dos vizinhos. Ele não respondeu quando perguntaram se Xi Jinping visitaria a Rússia após a sessão do parlamento da China, que dura mais uma semana. Desde que a Rússia invadiu seu vizinho do sudoeste há um ano, o presidente da China conversou várias vezes com Putin, mas não com o ucraniano, Volodymyr Zelensky. Moedas Questionado se é possível que a China e a Rússia abandonem o dólar e o euro para o comércio bilateral, o ministro disse que os países devem usar qualquer moeda que seja eficiente, segura e confiável. A China tem procurado internacionalizar seu renminbi, ou o yuan, que ganhou popularidade na Rússia no ano passado depois que as sanções ocidentais fecharam os bancos russos e muitas de suas empresas fora dos sistemas de pagamento em dólar e euro. "As moedas não devem ser o trunfo para sanções unilaterais, muito menos um disfarce para intimidação ou coerção", declarou Qin. Fonte: G1 Leia Também Chanceler chinês diz que 'confronto e conflito' vão ocorrer se EUA não mudarem No Brasil, uma mulher é vítima de violência a cada quatro horas “Não seremos omissos”, diz AGU sobre combate à desinformação Anvisa suspende autorização de uso de medicamento contra covid-19 Juristas pedem expropriação de terras de quem explora trabalho escravo Twitter Facebook instagram pinterest