Ferve o caldeirão político em Ji-Paraná e pressão sobre Isaú Fonseca só aumenta; eleições de 2024 são o pano de fundo

Porto Velho, RO – Sob altíssima pressão especialmente em 2023, o atual prefeito de Ji-Paraná, Isaú Fonseca, do MDB, terá árdua missão pelo caminho caso queira se reeleger para conduzir outros quatro anos o município da Região Central do estado.

Mesmo com apoio do rebento, o presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Welinton Poggere Góes da Fonseca, conhecido por Negão Filho do Isaú, também emedebista, o alcaide jiparanaense enfrenta, ainda assim, uma ruma de problemas para lidar e explicar daqui até lá.

A principal delas – e aí há também uma cota de responsabilidade da vereança local –, foi tentar “empurrar” um aumento obsceno nos próprios vencimentos, e também nos subsídios de todo o seu secretariado.

Não fosse a intervenção da Justiça de Rondônia ao decretar a inconstitucionalidade da norma legal que intentava arvorar a excrescência e o papel do Tribunal de Contas (TCE/RO) reforçando o caráter ilegal do objetivo, Fonseca estaria “nadando de braçada”.

A ideia era reajustar seu salário em quase 70%, saltando R$ 13 mil para 22 mil reais mensais.

O conselheiro Wilber Coimbra, da Corte de Contas, deixou claro que se o chefe do Executivo municipal ousasse ir adiante a multa é de R$ 500 mil.

A situação já eviscera o óbvio: a Administração Pública de Ji-Paraná não é playground da família Fonseca, muito menos extensão de seu quintal para fazer o que bem entende com o dinheiro da população.

Aliás, que os 17 vereadores tenham isso em mente, porque já passou a época de inanição da sociedade. Atualmente todo mundo sabe que para gerir é necessário aval do Legislativo-mirim. Em suma, em caso de descumprimento do papel constitucional fiscalizatório por parte também da edilidade as consequências virão a galope nas urnas em 2024.

E falando no pleito do ano que vem, o caldeirão político fervilha em Ji-Paraná, mas Isaú Fonseca está longe de ter o poder combalido.

Se a CPI da Educação há pouco era quase uma realidade, o jogo de “tira e bota” assinatura no requerimento demonstrou de forma cabal que não. Ele está vivo; está no jogo e quer governar tanto pelo restante do primeiro mandato quanto por eventual nova administração, neste caso se reconduzido ao poder.

Agora, diante dele, se abre um leque de opções com nomes que seriam chamados de “barras-pesadas”, como era comum denominar antigamente.

O mais “casca-grossa”, eleitoralmente falando, é o deputado estadual Laerte Gomes (PSD). Em 2022, ele, que ocupou a Presidência da Assembleia Legislativa (ALE/RO) no mandato anterior, foi o representante da Casa de Leis estadual mais votado, com mais de 25,6 mil votos, desbancando os outros 23 no quesito.

No decorrer da semana, Gomes, líder do governo Marcos Rocha, do União Brasil, fez discurso na Tribuna da ALE/RO acusando o prefeito de Ji-Paraná de atuar contra as obras de saneamento da cidade que terão à disposição investimentos na ordem de R$ 150 milhões. Sobre o assunto, a coluna Opinião de Primeira, do jornalista Sérgio Pires, trouxe detalhes do pronunciamento.

A questão é que pelo tom Fonseca já tem seu principal adversário, mas deve se preocupar, sim, com outros corpos o orbitando a fim de assumir seu lugar.

Jesualdo Pires, ex-deputado, seria um deles. O ex-prefeito da cidade preserva bons índices de aceitação e pode se tornar dor de cabeça para clã Fonseca.

A corrida pela sucessão está escancarada: e que vença o melhor “player”.