EDUCAÇÃO Cota racial é maior política de reparação da história, destaca Anielle Publicada em 13/04/2023 às 14:23 A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, disse nesta quinta-feira (13) que a política de cotas raciais nas universidades foi a maior ação feita pelo Estado brasileiro para compensar os danos causados à população negra ao longo dos últimos séculos. “Não tem nem o que discutir, é a maior política pública de reparação histórica deste país. Tem que continuar. Não abro mão”, disse ao participar de um congresso promovido por institutos filantrópicos e empresas que patrocinam esse setor na capital paulista. Além das cotas, a ministra disse que pretende expandir o leque de ações afirmativas para diversas áreas. “A gente pensa um plano de ações afirmativas muito maior, onde a gente possa garantir acesso à cultura. Onde a gente possa garantir que a gente debata esse extermínio, o genocídio da população preta”, acrescentou. Anielle comentou ainda as dificuldades para implementar a política que instituiu que 30% dos cargos de confiança do governo federal devem ser preenchidos por pessoas negras. “Quando nós fomos propor o decreto dos 30%, nós ouvimos de tudo que vocês podem imaginar – de que não seria possível, de que não era a melhor ideia. Ouvimos de tudo, tanto de estudiosos, quanto de pessoas que não trabalham no governo, mas que estão ali sempre, dando opiniões”, contou. Porém, a ministra disse que conseguiu garantir a medida ao sensibilizar diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Quando eu sentei para apresentar o decreto para o presidente Lula, eu falei pra ele: ‘presidente, a gente não tem gasto orçamentário [com essa medida], mas o ganho político para o governo e para o senhor é inenarrável, imensurável’”, disse sobre o decreto que foi publicado no último dia 21 de março. A ação vai ajudar, segundo a ministra, a mostrar que existem pessoas negras capazes de ocupar qualquer posição no país. “Para comprovar que nós estamos muito capacitados – para não ter aquela história que não conseguimos contratar pessoas negras – em todas as áreas e lugares”, enfatizou. O objetivo é, segundo a ministra, que as pessoas negras ocupem cada vez mais os espaços de poder e cheguem, no futuro, até as posições mais importantes. “Perpassa também por um sonho que a Mari [vereadora Marielle Franco, irmã da ministra assassinada] tinha, que eu sigo falando, que é a gente conseguir eleger uma vice-presidenta ou vice-presidente ou presidenta ou presidente negro neste país.” Fonte: Agência Brasil Leia Também Cota racial é maior política de reparação da história, destaca Anielle Trabalhadoras do campo recebem 20% a menos que os homens, diz relatório da FAO Outro avião é incendiado após fim de corredor aéreo na Terra Yanomami MPF em Rondônia denuncia oito pessoas por transporte ilegal de brasileiros para os EUA e lavagem de R$16,5 mi Presidente do Sebrae destaca importância de campanhas promocionais para fomentar a economia local durante evento em Jaru Twitter Facebook instagram pinterest