GERAL Exposição Faveladas mostra cotidiano de mulheres da Maré Publicada em 20/04/2023 às 08:26 O Observatório de Favelas, por meio do programa Imagens do Povo (IP), inaugura nesta quinta-feira (20), às 19h, a exposição Faveladas, da artista Kamila Camillo. Moradora da comunidade da Maré, Kamila conhece muito bem a região, com a qual tem uma “relação horizontal”, disse a coordenadora do programa Imagens do Povo, Érika Tambke. A mostra gratuita ficará aberta à visitação popular na Galeria 535, até o próximo mês de junho, reunindo 23 fotos do cotidiano de mulheres residentes na Maré, na área conhecida como Tijolinho. Foi no Conjunto Habitacional do Tijolinho que a maioria das mulheres foi fotografada. A ideia é enobrecer essas mulheres e reverter o uso e o sentido da palavra favelada. A galeria funciona no endereço do próprio Observatório de Favelas, à Rua Teixeira Ribeiro, 535, Nova Holanda, na Maré. A visitação é de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h. A exposição Faveladas abre o programa da Galeria 535 deste ano. A curadoria é de Jean Azuos e Rosilene Miliotti, ambos também nascidos e criados na comunidade. Érika Tambke disse que Kamila compartilha o olhar que tem sobre essas mulheres que trazem a beleza e a força do cotidiano na favela. “A própria fotógrafa conhece a Maré em primeira pessoa, demonstrando o seu conhecimento com cenas diversas, oscilando entre os dias comuns e os de festa”, disse Érika. Currículo Psicóloga, fotógrafa popular, artista visual, ativista social, comunicadora e fundadora das Crias do Tijolinho, Kamila Camillo produziu, em 2018, a série de fotografias de casais LGBTQIA+, homenageou as crianças com a mostra Crias do Tijolinho, além de ter criado o projeto Mulheres Gordas de Favelas. Em 2019, participou da escola de formação Elã, no Galpão Bela Maré. Nos anos seguintes, fez parte de exposições coletivas, como Candongas e Corpo Morada. Em 2022, realizou sua primeira exposição individual, Mulheres do Tijolinho. Este ano, a fotógrafa participou da exposição coletiva Negras Marés, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica. Kamila afirmou que acredita na potência da rua, na potência das crianças e, também, que a arte transforma vidas. “Assim, transforma diariamente a minha". Imagens O programa Imagens do Povo foi criado pelo Observatório das Favelas em 2004, em parceria com o fotógrafo documentarista João Roberto Ripper, e começou com a proposta de organizar uma turma de fotografia com pessoas de diferentes espaços da favela da Maré. “Esse foi o começo, com a Escola de Fotografia Popular da Maré, em 2004”, informou Érika. Desde então, foram várias turmas da escola, que alia a técnica fotográfica à promoção de direitos e à democratização da comunicação. No momento, a escola prepara a turma deste ano, que deverá começar as atividades no próximo dia 2. Serão seis meses de duração, com aulas três dias por semana e aos sábados, quinzenalmente. A turma terá 40 alunos. O objetivo é criar novas representações sobre os espaços populares, contribuindo para desconstruir estigmas relacionados a esses territórios. Marca Érika explicou que a escola tem muito a ver com o método de João Roberto Ripper, que defende a ideia de fotografia compartilhada. “É um método de você pensar o material junto com o retratado”. Na avaliação da coordenadora do programa, as imagens da favela retratadas pela mídia são, em geral, estereotipadas, muito ligadas à violência e à pobreza. “A maioria das pessoas que mora na favela é trabalhador, com o seu dia a dia, que varia desde o trabalho às festas de aniversário, festa junina, Natal, outros assuntos. A escola parte desse ponto de vista, de que cada pessoa tem sua história para contar. Ao longo desses anos, acho que isso é uma marca também do projeto”. A Escola de Fotografia Popular é voltada para a formação de fotógrafos profissionais. “A gente pode dizer muito tranquilamente que é o único curso com essa intensidade de carga horária, duração, voltada para formação em fotografia e direitos humanos”. O número de fotógrafos formados já chega a 300. Todos já tiveram trabalhos expostos na galeria. O Programa Imagens do Povo - Exposição Faveladas é apresentado pelo Ministério da Cultura e Observatório de Favelas. Tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, Itaú Unibanco e White Martins, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Fonte: Agência Brasil Leia Também Exposição Faveladas mostra cotidiano de mulheres da Maré Contribuinte pode consultar nesta quinta lote residual do Imposto de Renda Brasil deve ter orgulho de seus povos indígenas, diz secretária Segurança escolar - Governo de Rondônia anuncia mais reforço do policiamento nas Escolas em Rondônia Rondônia conquista o primeiro lugar na geração de empregos para jovens no Brasil Twitter Facebook instagram pinterest