ARTIGO BR-319, o fim da Amazônia Publicada em 27/05/2023 às 10:38 Professor Nazareno* A BR-319, também chamada por alguns de Rodovia Álvaro Maia, tem menos de 900 quilômetros e deveria ligar as cidades de Porto Velho em Rondônia e Manaus, capital do Amazonas. Na verdade, ela liga Porto Velho ao paraná do Careiro da Várzea, município amazonense próximo ao encontro das águas dos rios Negro e Solimões, onde começa o rio Amazonas. A uns 25 quilômetros da capital amazonense, o Careiro não tem ponte para fazer a ligação com Manaus. Essa estrada já foi asfaltada e a ligação de ônibus entre as duas capitais demorava pouco mais de 10 horas. Isso no final da década de 1970 e início de 1980 do século passado. Hoje está abandonada e tomada em grande parte pela imponente floresta amazônica. Porém, já há algum tempo vozes delirantes e adeptas da total destruição ambiental clamam pela sua volta. Falam: ela será sinônimo de progresso. O delírio dos destruidores da Amazônia é tanto que além de “trazer o progresso”, fala-se também que tirará Manaus do isolamento. Tudo mentira e enganação. Manaus não quer sair do isolamento em que se encontra. Se quisesse, não teriam gasto mais de um bilhão e trezentos milhões de reais para fazer uma ponte no rio Negro em vez do rio Amazonas para, de fato, ligar à fatídica estrada que aí sim, tiraria os amazonenses desse isolamento. Além do mais, bastava ter preservado um caminho que já existia e estava devidamente asfaltado. Ou seja, os amazonenses não só não preservaram a BR-319 como algum tempo depois construíram uma enorme ponte ligando Manaus ao Cacau Pirera, uma simpática e bonita vilazinha do outro lado do rio Negro sem nenhuma importância estratégica. Hoje não basta construir só a estrada. Têm que construir também outra ponte. Essa bisonha rodovia, se construída, destruirá completamente a Amazônia. É o tiro de misericórdia que falta para a hecatombe da maior floresta tropical do mundo. Madeireiros, garimpeiros, grileiros, invasores de terra e outros afins saberão o que fazer com a floresta ainda em pé. E ligar Porto Velho a Manaus é uma sandice total. As duas cidades não têm importância nenhuma para a já decadente realidade nacional. Destruir a Amazônia não vai trazer nenhum progresso. Essa mesma cantilena foi dita quando ligaram Cuiabá a Porto Velho. E na verdade, já temos o péssimo exemplo: a abertura da BR-364 deu ao mundo Rondônia, um dos maiores exemplos de destruição ambiental de que se tem notícia. E que progresso maravilhoso é esse que temos por aqui? Árvores em pé trazem mais dinheiro do que derrubadas. Precisamos preservar o nosso meio ambiente. Há um bom tempo que o Brasil é o maior vilão da devastação ambiental no planeta. E não podemos piorar ainda mais essa imagem que o mundo civilizado e desenvolvido tem de nós. Por isso, o governo do PT e a ministra Marina Silva não podem compactuar com os devastadores da natureza. Se isto acontecer, todo o trabalho feito para salvar os yanomamis, por exemplo, poderá ter sido em vão. As ongs e ambientalistas precisam denunciar ao mundo mais esse ataque vil à já combalida Amazônia. Destruir o que resta desse precioso, importante e único bioma mundial só para algumas pessoas esnobes poderem ir de carro de uma cidade à outra é uma estupidez sem tamanho. A ligação fluvial que sempre existiu resolve todo o “intercâmbio” entre os dois lugares. Então, a única necessidade de asfaltar a BR-319 é invadir e devastar o coração da floresta. Já a inútil “ponte do suicídio” daqui vai continuar ligando a cidade ao projeto Joana Darc. *Foi professor em Porto Velho Fonte: Professor Nazareno Leia Também Prazo final para entrega do Imposto de Renda 2023 encerra nesta quarta-feira, 31 Ex-assessor da Prefeitura de Vilhena é condenado a três anos e seis meses de cadeia por mentir em documento para tomar posse Prefeitura realiza audiência do 1º quadrimestre de 2023 Secretaria de Obras busca soluções para revitalização do Parque Ecológico Prefeitura abre novo Processo Seletivo com 4 vagas disponíveis Twitter Facebook instagram pinterest