MEIO AMBIENTE Garimpo legal na Amazônia: uma balsa rende até R$ 1,16 milhão ao mês Publicada em 17/06/2023 às 10:41 O garimpo na região amazônica tem se intensificado nos últimos 10 anos. Segundo o estudo “Abrindo o livro caixa do garimpo”, divulgado pelo Instituto Escolhas nesta sexta-feira (16/6), a estimativa de receita de apenas uma balsa de garimpo de ouro nos rios da Amazônia é de R$ 1,16 milhão ao mês. Com o pagamento das pessoas que trabalham no garimpo de balsa, o responsável pela extração de mineral tem um lucro de aproximadamente R$ 632 mil. O investimento inicial para abrir, de maneira legal, uma unidade de garimpo de balsa na Amazônia é de R$ 3,3 milhões, de acordo com a pesquisa. O montante é necessário para compra de máquinas e equipamentos usados na atividade predatória no maior bioma brasileiro. O estudo analisou dados do garimpo de balsa, que acontece nos rios, e o garimpo de baixão, realizado em terra, em áreas próximas ao leito dos afluentes. Para chegar aos valores médios foi considerado uma balsa grande, com 18 garimpeiros e duas cozinheiras. Nas operações de baixão, foram incluídos no cálculo o operador da retroescavadeira e as horas das máquinas. O levantamento mostrou que o faturamento mensal para o garimpo de baixão é de R$ 930 mil, enquanto o lucro fica em torno dos R$ 343 mil mensais. Entre os gastos contabilizados pelos pesquisadores aparecem despesas com combustível, internet e mercúrio, além da remuneração dos garimpeiros e das cozinheiras. “Os garimpos são empreendimentos com alto investimento e uma renda considerável, mas beneficiados por uma legislação que faz poucas exigências para autorizar as operações e que não atrela ao garimpo a responsabilidade de recuperar as áreas devastadas e contaminadas pelo mercúrio. Aí, reside o interesse em seguir mantendo a aura artesanal do garimpo, que já não é realidade há muito tempo”, alerta Larissa Rodrigues, gerente de portfólio do Escolhas. Além disso, o estudo também destaca que desde 2012, o garimpo de baixão ganhou ainda mais força com o uso de retroescavadeiras para extração de minérios. “Antes, eram necessários 30 dias de trabalho para derrubar a floresta e abrir uma área de garimpo. Hoje, as retroescavadeiras fazem isso em uma semana”, afirma Rodrigues. A expansão do garimpo traz consigo também uma série de impactos sociais e ambientais, como a destruição de florestas nativas, danos à saúde de comunidades que moram nas proximidades dos locais de exploração e a invasão de terras indígenas, como o que aconteceu com o povo Yanomami, em Roraima. Para tentar conter o avanço do garimpo na Amazônia, o estudo do Instituto Escolhas apresentou algumas medidas que podem ser adotadas para evitar o aumento da destruição da vegetação nativa da região. Entre elas, está a criação de um teto para uma produção mineral em garimpos e, a partir dele, estabelecer a migração obrigatória para o regime de concessão de lavras. Também destaca a necessidade de trabalhos de pesquisa mineral para aproveitamento econômico. Fonte: Metrópoles Leia Também Garimpo legal na Amazônia: uma balsa rende até R$ 1,16 milhão ao mês Títulos definitivos serão entregues na região do Cone Sul durante Governo Itinerante MPRO recebe pesquisadores que desenvolvem alternativa para uso de mercúrio Ações comemorativas do Dia da Advocacia Trabalhista recebem o apoio do TRT-14 Estânicia Turística comemora 42 anos de emancipação política-administrativa Twitter Facebook instagram pinterest