RECURSO NEGADO Tribunal russo confirma pena de 25 anos de prisão para opositor russo Publicada em 31/07/2023 às 15:35 "Deixe inalterada a decisão do Tribunal Urbano de Moscovo de 17 de abril de 2023", referiu a sentença, citada pela agência Interfax. A defesa de Kara-Murza pedia a absolvição do réu e o Ministério Público insistiu na manutenção da pena. Esta é a segunda vez que a Justiça russa rejeita o recurso do opositor do Presidente russo contra a sentença que lhe foi imposta em abril. Os detalhes da audiência judicial são desconhecidos, já que a sessão decorreu à porta fechada. No seu último discurso, Kara-Murza garantiu que está preso pela sua "posição política" contra o Presidente Vladimir Putin e rejeitou qualquer tipo de arrependimento, dizendo que "quem deve arrepender-se de alguma coisa são os criminosos". "Não só não me arrependo de nada, como tenho orgulho dos meus atos", disse o dissidente russo. O tribunal também multou o opositor em 400 mil rublos (cerca de 4.700 euros) e proibiu-o de exercer o jornalismo durante sete anos. Kara-Murza, de 41 anos, foi condenado por alta traição, crime punível com até 20 anos de prisão, por espalhar "informações falsas" sobre a designada "operação militar especial" das forças russas na Ucrânia, origem de um conflito que dura há quase 18 meses, e de cooperação com uma organização não-governamental declarada indesejável pela Justiça russa. O juiz atendeu, assim, as exigências do Ministério Público, que havia pedido 25 anos de prisão para o dissidente. Kara-Murza, considerado prisioneiro de consciência pela Amnistia Internacional, foi homenageado com o Prémio Vaclav Havel de Direitos Humanos 2022, concedido pelo Conselho da Europa. Em junho, a União Europeia (UE) anunciou novas sanções contra nove indivíduos por violações dos direitos humanos na Rússia relacionadas com a "condenação e tratamento degradante" de Vladimir Kara-Murza. Segundo a UE, as medidas restritivas contra nove indivíduos decorrem sob o Regime Global de Sanções aos Direitos Humanos, após Kara-Murza ter sido condenado a 25 anos de prisão por "acusações politicamente motivadas e falsas alegações". Bruxelas exigiu então a libertação "imediata e incondicional" de Kara-Murza e de todos os outros detidos por questões políticas. "A sentença de prisão escandalosamente dura de Vladimir Kara-Murza demonstra claramente o mau uso político do [sistema] judiciário russo para reprimir a sociedade civil e as vozes independentes que se opõem à guerra de agressão ilegítima da Rússia contra a Ucrânia", afirmou, na mesma ocasião, o Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da UE, Josep Borrell, citado em comunicado. Os indivíduos abrangidos pelas sanções incluem o vice-ministro da Justiça da Federação Russa, responsável pela aplicação da legislação de "agentes estrangeiros" - que visa a sociedade civil independente, órgãos de comunicação social e dissidentes políticos -, juízes e outros membros do judiciário, e ainda um alto funcionário do sistema penitenciário russo, acusado pelo "tratamento degradante, que levou a uma deterioração considerável da saúde de Kara-Murza". Os sancionados estão sujeitos a um congelamento de ativos, proibição de entrada no espaço europeu e os cidadãos e empresas da UE estão proibidos de lhes disponibilizar fundos. Fonte: Noticia ao Minuto - Portugal Leia Também Tribunal russo confirma pena de 25 anos de prisão para opositor russo Talibãs pedem aos EUA para terminar sanções contra Afeganistão Governo promete lançar programa nacional de aluguel social TAC firmado entre MP, órgãos públicos e Expo Show Norte estabelece regras para a cavalgada e pós-desfile Município tem condenação mantida no TJRO por jogar resíduos de raios-x em local inadequado Twitter Facebook instagram pinterest