ARTIGO Professor Nazareno, o colunista mais polêmico do Norte, escreve: O Brasil da escuridão eterna Publicada em 17/08/2023 às 08:50 Falou-se erroneamente que a manhã do dia 15 de agosto de 2023 pode entrar para a História do Brasil por causa de um simples apagãozinho elétrico que atingiu 25 estados e o DF. Só Roraima escapou do caos. Quanta desfaçatez! Quanta tolice! Quanta mentira! O Brasil sempre viveu na escuridão e quase todas as coisas sempre funcionaram como se estivéssemos na mais absoluta normalidade. Na política, por exemplo, sempre estivemos nas trevas. Entre 1964 e 1985 o país foi mergulhado numa cruel e assassina Ditadura Militar que cerceou direitos civis, matou oposicionistas, torturou, censurou, cassou e exilou cidadãos, mas até hoje ainda há muitas pessoas que enaltecem aqueles dias escuros e sombrios e, vez por outra, vão às portas dos quartéis clamarem por outra intervenção militar. Muitos brasileiros parecem ficar satisfeitos quando a escuridão lhes bate à porta. No governo anterior, houve muitos ensaios para que o país voltasse às trevas onde sempre viveu. Por isso, esse apagão de agora pode estar ligado a questões políticas ainda não resolvidas. O próprio ministro das Minas e Energia não descartou essa hipótese e já acionou a Polícia Federal para que faça investigações nesse sentido. Porém, tudo indica que esse apagão, assim como todos os inúmeros outros que já nos atingiram, é apenas fruto da incompetência que sempre nos rondou como nação. A classe política de Rondônia e também a do Brasil inteiro sempre colocou toda a população do país na pior das escuridões e ninguém jamais tomou qualquer providência para resolver nada. Nosso país é o segundo maior produtor de alimentos do mundo e por aqui há mais de 30 milhões de pessoas passando fome e na mais absoluta miséria. Mas o agronegócio é até endeusado. Esse apagão de 2023 quase não foi sentido. Em Porto Velho não faltou nem água, já que apenas 30 por cento da cidade é abastecida com o precioso líquido. Na hora em que faltou energia, todo mundo já tinha enchido suas caixas. No trânsito também não houve nada que já não fosse sentido no dia a dia por aqui: caos, bagunça e motoristas apressados avançando tranquilamente o sinal vermelho. Escuridão mesmo em Rondônia é a incompetência da classe política que há anos rouba o Erário e nada dá em troca para os pobres pagadores de impostos. Aliás, sempre faltou energia em Porto Velho e também nas outras cidades do Estado. Desde a antiga Ceron que já estamos acostumados a viver no breu. A ponte do suicídio foi construída sem iluminação. Os viadutos tortos e íngremes da capital também não têm claridade. A escuridão por aqui sempre foi uma coisa normal. Com a Energisa no lugar da Ceron, as coisas não melhoraram praticamente em nada. Por isso muita gente daqui não vê a hora de essa empresa ser privatizada para o bem de todos. Temos duas grandes hidrelétricas no rio Madeira, além de Samuel no rio Jamari, mas sempre tivemos e ainda temos apagões em Porto Velho, isso sem falar no alto preço que pagamos pela energia que nós mesmos produzimos às custas da nossa combalida natureza. É vergonhoso um país que tem o sol em média doze horas por dia por todo o seu território ainda ter problemas com falta de energia. A classe política principalmente precisa trabalhar com seriedade para poder tirar esse país da escuridão social, política e econômica em que sempre viveu. A Ceron deveria ser reestatizada e a Eletrobras não poderia ter sido vendida pelo Bolsonaro. Porém, muitos dos porto-velhenses não viram essa falta de energia. Para eles apagão só podia ter acontecido à noite e não durante o dia. *Foi Professor em Porto Velho. Fonte: Professor Nazareno Leia Também Professor Nazareno, o colunista mais polêmico do Norte, escreve: O Brasil da escuridão eterna Nota de Pesar – Em memória de José Nunes Bezerra Júnior; confira informações sobre velório e sepultamento Incêndio em ilha da Espanha está “fora de controle”, dizem autoridades Avião de pequeno porte cai em rodovia e mata 10 pessoas na Malásia Desembolsos do BNDES no primeiro semestre somam R$ 40,6 bilhões Twitter Facebook instagram pinterest