DENÚNCIA Talibã persegue e assassina pessoas ligadas ao antigo governo, diz ONU Publicada em 23/08/2023 às 08:55 A Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama) acusou o Talibã de cometer assassinatos, prisões arbitrárias e torturas contra ex-funcionários e ex-integrantes das forças armadas do antigo governo. A entidade também denuncia que o grupo seria responsável por desaparecimentos. De acordo com relatório divulgado nesta terça-feira (22/8), ao menos 800 casos foram registrados. O documento da missão no país acusa o Talibã de ter realizado 218 execuções extrajudiciais desde que assumiu o poder, em agosto de 2021. Além disso, representantes da ONU afirmam ter registrado 424 prisões e detenções arbitrárias, 144 casos de tortura e 14 desaparecimentos forçados. A Unama ainda afirma que o regime pouco se esforça para investigar e punir os casos citados, e que “prevalece a impunidade”, mesmo em situações nas quais as investigações avançam. O novo relatório da ONU se soma a outras denúncias de desrespeito aos direitos humanos no Afeganistão desde que o Talibã retornou o poder, após a saída dos EUA do país. Com o novo regime e a implementação da Sharia – um sistema de leis baseado na interpretação radical do Islã –, os direitos de mulheres e meninas no país foram os mais afetados. Além de impedir o acesso à educação, o Talibã exigiu que afegãs deixassem empregos e impediu que saíssem de casa sem a companhia de um homem. O Talibã ainda proibiu a venda e o uso de anticoncepcionais, e institucionalizou a obrigatoriedade do uso do hijab, um tradicional véu islâmico. A situação no país fez com que a ONU classificasse as práticas do regime contra mulheres como “apartheid de gênero”. Talibã nega mortes, torturas e desaparecimentos Após a divulgação do relatório, o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, publicou um comunicado no Twitter negando as acusações. O regime chamou as informações de falsas, e afirmou que “a declaração de anistia no Emirado Islâmico está em pleno vigor”, dando a entender que concederam “perdão” às pessoas ligadas ao antigo regime. “Alguns incidentes pessoais e desconhecidos de vinganças estão sendo seriamente investigados pelas instituições”, disse Zabihullah, afirmando que os casos eram “muito limitados”. “Infelizmente, alguns departamentos no quadro das Nações Unidas [ONU], em vez de compreender os fatos reais do Afeganistão e ver os desenvolvimentos positivos, estão sempre em busca de pontos negativos, tentando difundir propagandas que, de fato, prejudicam sua credibilidade”, finalizou o comunicado. Fonte: Metrópoles Leia Também Talibã persegue e assassina pessoas ligadas ao antigo governo, diz ONU Polícia Federal instaura inquérito para investigar causas do apagão Banco Central comunica vazamento de dados de quase 240 chaves Pix Moraes autoriza PGR a fazer acordo com investigados por atos golpistas Câmara aprova MP que concede aumento salarial a servidores federais Twitter Facebook instagram pinterest