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Conheça 17 palavras que “desapareceram” da Língua Portuguesa

 As palavras, como elementos fundamentais dos idiomas passam por diversas transformações e evoluções. Algumas delas são, durante algum tempo, muito populares, mas depois caem no esquecimento e são substituídas por outras ou ganham nova pronúncia. Isso acontece porque a língua se adapta às necessidades dos falantes e é a expressão da sociedade de uma época.  Conforme os hábitos e costumes mudam, as palavras vão mudando também. Abaixo, relacionei algumas delas que eram muito empregadas, que estão em desuso, mas que ainda são lembradas por muita gente. Confira, amigo leitor:

1. Asseado – Significa com asseio, limpo ou higiênico. Asseado pode ainda significar feito ainda com perfeição e esmero. Antigamente dizia-se que bom aluno precisava ir para a escola sempre asseado.

2. Cacareco – Coisa velha, objeto usado e sem valor. Exemplo de uso do termo: “Para tentar fazer algum dinheiro, vou levar meus cacarecos para vender na feira.”

3. Ceroula – Ceroulas eram aquelas cuecas compridas que iam até abaixo dos joelhos, usadas pelos homens para que o tecido das calças não subisse. Foram as primeiras peças íntimas masculinas e surgiram no século 18. Ainda há versões à venda em algumas lojas e na internet.

4. Chapoletada – Esta palavra era usada em expressões como “ele merece uma chapoletada”, significando um tapa forte em alguém, ou seja, um bofetão.

5 – Chumbrega – Achou alguma coisa feia ou estranha? O que hoje você chama de cafona, brega, de péssimo gosto e sem elegância, a sua avó chamava de chumbrega.

6 – Fuzarca – Fuzarca era um termo bastante usado para designar bagunça, zorra, desordem ou confusão . Por exemplo: “As crianças fizeram uma tremenda fuzarca na sala de aula.”

7. Lambisgoia  –  Referia-se a alguém, geralmente do sexo feminino, que se intrometia na vida das outras pessoas e em assuntos que não lhe dizia  respeito, ou seja,  uma mexeriqueira. Também podia significar pessoa sem graça e sem atributos especiais.

8. Gorar – Quando algo não dava certo dizia-se que gorou, ou seja, frustrou, não deu certo. Exemplo de uso do termo: “Todos os meus planos para o fim de semana goraram. Não sei o que fazer agora.”

9. Marmota – Antigamente, quando alguém ficava desconfiado de algo dizia coisas do tipo: “tem marmota aí”, ou seja, “tem algo de estranho nessa história”.

10. Munheca – Avarento, sovina ou pão duro. Exemplo de uso do termo: “O meu pai é munheca. Nunca dá nada a ninguém.”

11. Pachorra – É a capacidade para agir com calma diante das adversidades; paciência; ausência de pressa. Exemplo de uso do termo: “Só ele tem a pachorra de aturar tanta indisciplina.”

12. Quiprocó – Não faz ideia do que isso significa? Saiba que você provavelmente já passou por uma situação desse tipo. Quiprocó significa conflito ou briga. Exemplo: "Hoje eu presenciei um quiprocó no mercado entre comerciantes e clientes".

13 – Safanão –Você já levou um safanão da sua mãe? Talvez a sua resposta seja
sim. Um safanão é o ato de pegar e sacudir uma pessoa pelo braço para dar uma bronca, tal como as mães costumam fazer antigamente.

                                                                                                                                        
14. Sacripanta – Patife, velhaco, mau-caráter. Exemplo de uso do termo: “Aquela mulher é uma autêntica sacripanta. Rouba seus próprios parentes.”

15. Sirigaita – Chamar uma moça assim era uma das piores ofensas no século passado, pois queria dizer que ela era mal-educada, com atitudes desabonadoras ou sem pudores. Seria o equivalente ao que hoje muita gente chama de piriguete.

16. Sova – Quando um pai queria corrigir um filho com vigor ele sempre dizia que ia dar uma sova na criança, ou seja, ia dar uma surra corretiva.

17 – Supimpa –Se algo está supimpa significa que está muito bom, excelente. Exemplo: “O uniforme de escola do aluno está mesmo supimpa.”

Se você tem outros exemplos de palavras antigas que hoje não são mais empregadas habitualmente, escreva para esta coluna usando o Whatsapp (69) 99328-1521.

Até a próxima coluna, caros leitores!

(*) Marcos Lock é jornalista profissional e professor de Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Rondônia (Unir)