LEVAMTAMENTO Desmatamento destrói até 92% no entorno de terras indígenas na Amazônia, segundo levantamento Publicada em 20/09/2023 às 15:27 Foto: Divulgação/Policia Federal Uma área equivalente a 278 mil campos de futebol, maior que a capital de São Paulo, está desmatada numa faixa de 10 km no entorno da Terra Indígena Karipuna, entre os municípios de Porto Velho, Nova Mamoré e Buritis, em Rondônia. A informação é de um levantamento feito pelo jornal Folha de São Paulo com dados do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A situação em Karipuna é apenas um entre vários outros casos de desmatamento ao redor dos territórios indígenas na Amazônia, de acordo com a análise. No entorno de 36 unidades alcançadas pela fronteira agrícola, o desmate já supera metade da vegetação nativa e chega a 92% nas bordas da reserva Sororó, em São Geraldo do Araguaia (PA). Ainda de acordo com a análise, as 327 áreas ocupadas por povos originários representam um quarto do bioma e só perderam 1,5% da vegetação primária. Enquanto a supressão já é de 24% no restante da região. Com a expansão das atividades agropecuárias, e até mesmo o crescimento da ocupação urbana, esses locais, que deveriam estar preservados, se transformam em verdadeiras “ilhas verdes”. Especialistas alertam que a aceleração do desmatamento, incentivada pela falta de fiscalização efetiva e fragilização das garantias de proteção, pode reverter o cenário de conservação ambiental nas áreas indígenas e causar graves consequências climáticas. “Temos um passivo de demarcação no Brasil. Hoje, quem faz a defesa territorial são muitas vezes os próprios povos, colocando suas vidas em risco e em muitos casos morrendo por causa da disputa”, diz Martha Fellows, coordenadora do núcleo de estudos indígenas do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, em entrevista à Folha. Avanço do desmatamento Os casos tiveram um notável aumento entre 2019 a 2022. Em comparação aos quatros anos anteriores, a devastação ao redor dos territórios indígenas cresceu em 66%. A destruição mais expressiva ocorreu em volta da reserva Karipuna, com 14% do desmatamento registrado nesse intervalo. A área desmatada durante a gestão Bolsonaro (PL), quando procedimentos de delimitação e regularização foram paralisados, corresponde ao triplo do período anterior e a 10% de toda a supressão registrada dentro das reservas, aponta a análise. O estudo revela também que as taxas de desflorestamento são maiores nos territórios em estágios menos avançados do processo regulatório, que vai da fase de estudo à homologação e regularização pelo governo federal. Um caso exemplificado no levantamento é a terra Ituna-Itatá, localizada entre os municípios de Senador José Porfírio (PA) e Altamira (PA). Durante a etapa de avaliação, a unidade fica protegida por uma portaria de restrição de uso. Ainda assim, o território virou alvo de invasões e crimes ambientais, como o garimpo. Entre 2018 e o ano passado, a porção de floresta destruída subiu de 2% para 17%. O assunto volta a ser discutido com a retomada da tese do marco temporal pelo Supremo Tribunal Federal no dia 27. O marco em julgamento define que os povos têm direito de ocupar apenas terras que habitavam ou disputavam em 5 de outubro de 1988, data da Constituição. Fonte: Redação Terra Leia Também Desmatamento destrói até 92% no entorno de terras indígenas na Amazônia, segundo levantamento Obras de duplicação avançam na avenida 6 de Maio em Ji-Paraná; ações estão concentradas na terraplanagem Adquiridos pela Seagri, implementos agrícolas beneficiam pequenos produtores da Linha 100 em Vilhena Pesquisadores da UNIR fazem nova escavação arqueológica no antigo Hospital da Candelária Mais de 60 ruas do bairro Nova Esperança já foram pavimentadas; trabalho é de execução direta da Prefeitura de Porto Velho Twitter Facebook instagram pinterest