INVESTIGAÇÃO Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Cid trocou mensagens sobre joias: “Pior é que está documentado” Publicada em 02/09/2023 às 09:45 O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), trocou mensagens com o advogado Fábio Wajngarten sobre joias presenteadas à Presidência da República. “O pior é que está tudo documentado”, escreveu o militar. O material foi obtido pela jornalista Juliana Dal Piva, do portal Uol, e divulgado neste sábado (2/9). A conversa entre Cid e Wajngarten ocorreu em 3 de março deste ano, via WhatsApp. Na ocasião, Cid enviou ao advogado o link de uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, que revelava a apreensão de um kit de colar e brincos com diamantes, avaliado em aproximadamente R$ 5 milhões, no aeroporto de Guarulhos, em 2021. As joias chegaram ao país com um assessor do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Segundo a reportagem enviada por Cid a Wajngarte, o ex-presidente Jair Bolsonaro teria tentado recuperar os itens em dezembro de 2022. “Eu nunca vi tanta gente ignorante na minha vida”, escreveu Wajngarten a Cid após receber a reportagem. O tenente-coronel respondeu: “Difícil mesmo. O pior é que está tudo documentado”. “Documentado como? Explique-me, por favor”, continuou Wajngarten. Cid, então, enviou uma série de mensagens ao advogado. O conteúdo, no entanto, foi apagado em seguida. Cid mencionou Receita Federal De acordo com o material obtido pelo Uol, na mesma data, Cid enviou áudios a Wajngarten afirmando que Bolsonaro foi avisado pela Receita Federal sobre o kit de joias apreendido. “O presidente só ficou sabendo no final do aon, quando o chefe da Receita avisou que tinha um bem presenteado para ele que estava ali. Então foi só bem no final do ano que ele ficou sabendo. Não sei dizer a data. Tanto que, em 2022, ninguém tocou nisso ai. Por isso que entrou para leilão, porque ficou mais de um ano”, afirmou. Wajngarten respondeu horas depois fazendo uma série de perguntas a Cid sobre a localização de um segundo pacote de joias, que incluia um kit rosé da grife Chopard. Os itens entraram clandestinamente no Brasil. “Onde está o acervo dele?”, “Quem cuida?”, questionou o advogado. Cid respondeu: “Deve estar em algum depósito. O militar também mencionou o coronel Marcelo Câmara, auxiliar de Bolsonaro, como responsável por cuidar dos itens. Ainda segundo as mensagens, o advogado defendeu que o segundo pacote fosse entregue ao Tribunal de Contas da União (TCU). “Acho que tínhamos de disponibilizar o bem imediatamente através do advogado”, disse. Cid respondeu: “Perfeito”. O militar, no entanto, não mencionou que as joias estavam nos Estados Unidos e que havia tentado vendê-las em Nova York, como investiga a Polícia Federal. A reportagem do Metrópoles procurou o advogado Fábio Wajngarten e a defesa de Mauro Cid para comentar sobre o caso, mas não obteve retorno até a publicação deste texto. O espaço segue aberto. Operação Lucas 12:2 A operação deflagrada em 11 de agosto pela Polícia Federal (PF) investiga a venda de presentes oficiais dados ao Estado brasileiro pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e pelo general da reserva Mauro César Lourena Cid, pai de Cid. Os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior. Os valores obtidos dessas vendas foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores. Depois da venda, o dinheiro entraria no patrimônio pessoal dos suspeitos por meio de terceiros, sem que bancos ou instituições financeiras formais fossem acionadas. Assim, origem, localização e propriedade dos valores eram escondidos. Fonte: Metrópoles Leia Também Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Cid trocou mensagens sobre joias: “Pior é que está documentado” Ouro Preto: desfile de 7 de Setembro terá tema “O Mundo da Leitura”: horário e local foram alterados Projeto itinerante de Educação Previdenciária do Iperon atende em Guajará-Mirim nos dias 4 e 5 de setembro Coreia do Norte dispara mísseis de cruzeiro no Mar Amarelo Governador Marcos Rocha aponta Rondônia como polo atrativo de negócios em fórum que acontece nos EUA Twitter Facebook instagram pinterest