OPINIÃO AMAZÔNIA – Seca, rios com navegação comprometida e abastecimento em risco Publicada em 07/10/2023 às 10:33 Os Estados de Rondônia, Acre e Amazonas nunca passaram por um longo período de estiagem como atualmente. A Amazônia tem apenas duas estações climáticas. O período de Verão Amazônico (seis meses praticamente sem chuvas) e o Inverno Amazônico (quando chove todos os dias), porém, as chuvas que deveriam ter início em agosto último, não chegaram. Estamos caminhando para o fim da primeira quinzena de outubro e as chuvas estão esparsas e insuficientes para manter os rios em níveis de navegação segura. Boa parte da Amazônia é composta de rios e vários com enorme volume de água, como o Madeira, Negro, Solimões, Amazonas, que compõe a bacia Amazônica, a maior do mundo. Na nossa região o Madeira, responde por boa parte da economia regional. Rondônia e Acre, por exemplo, dependem do diesel e da gasolina da usina de Manaus. Com o nível do Madeira a 1,19 metro (na quinta-feira), a navegação fica comprometida e as balsas transportadoras de petróleo têm a carga reduzida em mais de 50% e com outro agravante: a navegação noturna está suspensa há tempo, além de a diurna comprometida. A maior cidade da Região Amazônica, a capital do Amazonas, Manaus com mais de 2,2 milhões de habitantes está com o abastecimento de mantimentos comprometido. A capital amazonense, apesar de ser um dos maiores polos industriais do Brasil tem ligação permanente, apenas via aérea ou navegação. A única conexão rodoviária é a BR 319 construída em 1976, mas que enfrenta feroz resistência dos ambientalistas da “Selva de Pedra”, que nunca vieram e nem viveram na Amazônia, além das ONGs, que mandam e desmandam na região. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a Amazônia tem mais de 102 mil ONGs e cerca de 300 mil índios. Aproximadamente três índios para cada ONGs cuidar. Pelo que consta, as ONGs não têm fins lucrativos! E como vive esse povo? Somente respirando o oxigênio da Amazônia? Há dias um dos órgãos de comunicação do País, que já foi uma das maiores empresas da área, no País, de enorme credibilidade, e que hoje, lamentavelmente, assumiu posição política deixando de ser um representante da população, um ponto de referência na informação noticiou, que a seca da Amazônia estaria servindo de pretexto para a liberação da pavimentação da BR 319, ligando Porto Velho a Manaus. Triste posicionamento, de enorme prejuízo para a comunidade, pois parceria, não significa subserviência com o Governo Federal. Triste... Certamente teremos uma semana decisiva, preocupante, assustadora até, pois o risco de o povo de Manaus enfrentar crise de alimentos é grande, real. A população ribeirinha, por exemplo, que reside às margens do Rio Madeira, que liga Porto Velho a Manaus já está com problemas devido a falta de água potável. As nascentes secaram, os navios e barcaças e outros tipos de embarcações estão navegando com enormes dificuldades pelo fio de água existente ao longo do Madeira, e certamente, caso não chova nas cabeceiras dos rios da Amazônia teremos desabastecimento não somente de diesel e gasolina para Rondônia e Acre, mas de alimentos para os dois estados e também Manaus. A Defesa Civil solicitou ao prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (Sem Partido) pedido de emergência na capital devido ao nível do Rio Madeira, que na quinta-feira (5) atingiu o índice mais baixo da sua história, de 1,15 metro e na sexta-feira, 1,19 metro com a medição ocorrendo sempre às 9h15, nos dois dias. A pressão para repavimentar a malha asfáltica da BR 319 entre Porto Velho a Manaus (cerca de 900km) é uma questão de bom senso, de lógica em um mundo, que pode ser destruído com o aperto de um botão. Os chineses constroem estradas moderníssimas, inclusive circundando morros e serras e em tempo recorde sem nenhum problema para o meio ambiente, onde convivem humanos, animais, árvores, plantas, pássaros, etc. A vida é um direito de todos. Por que a BR 319 não pode ser um modelo ecológico para o mundo com circulação de veículos somente das 6h às 18h com velocidade limitada, sinalizada, fiscalizada? Nos domingos e feriados a rodovia estaria aberta somente para visitação pública, num processo turístico, para o visitante saber o que é a Amazônia, o que representa. Hoje é possível acompanhar qualquer movimentação, através de drones, por exemplo. A restauração da 319 pode ser feita pelos Batalhões de Engenharia do Exército de Porto Velho (5º BEC) e de Manaus (6º BEC) com custo reduzido, garantia de serviço de qualidade e tempo recorde de conclusão dos trabalhos eliminando os gastos com as empreiteiras. Certamente teremos uma rodovia modelo para o mundo e condições de provar que humanos, animais e meio ambiente dependem um do outro para sobreviver. Basta eliminar dois problemas “cânceres” gravíssimos no Brasil –dentre outros não menos importantes– incrustados na política brasileira, que é a corrupção, pois se tem a certeza da impunidade. Está correto o senador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), quando comentou publicamente a situação difícil de Manaus e de outros municípios da Amazônia, devido à estiagem prolongada. Segundo ele, a região não pode ficar “engessada” política, econômica, social e financeira para atender “capricho de uma Senhora”, logicamente se referindo a radical ministra do Meio Ambiente Marina Silva, do Acre, que não quer, gente mais perto de gente e convivendo com a natureza. Brazil! Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica Leia Também Universidade Federal de Rondônia oferece 118 vagas em cursos de mestrado e doutorado Semast de Pimenta Beuno em parceria com IDEP através de convênio realiza cerimônia de entrega de certificados Inep publica lista final dos aprovados no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Prefeitura convoca taxistas com concessão nos distritos para regularização; quem não comparecer terá a concessão cancelada Projeto Compartilhando Saúde beneficia gestantes e bebês com fortalecimento da rede materno infantil Twitter Facebook instagram pinterest