Influenciadora nortista desabafa sobre xenofobia: “Não lembram que existe”

Sucesso nas redes sociais com mais de 3 milhões de seguidores, a criadora de conteúdo Alicereja relatou que existem alguns comentários sobre sua origem que a incomodam. Amapaense e criada na Paraíba, a influenciadora diz que seu sotaque misturado com o paulista minimiza o preconceito, mas revela incômodo ao falar sobre o desconhecimento das pessoas sobre o Norte e Nordeste do Brasil.

“Resgatar minhas origens nortistas, minha vida crescendo no Nordeste e trazer isso para os meus vídeos foi uma escolha mais recente que tem dado bem certo. Porém, já li alguns comentários generalizando, dando a entender que nordestinos, principalmente, são inferiores de alguma forma. Dificilmente, vejo ataques ao Norte, porque creio que a maior questão com a Região seja o apagamento mesmo. Não conhecem a cultura, não lembram que existe. Mas são regiões muito diferentes e maravilhosas do seu jeito”, desabafa.

Com 29 anos recém completados, Alice também revela ter sentido a necessidade de se mudar para São Paulo para que tivesse mais oportunidades. Segundo ela, além das marcas fecharem os olhos, é difícil crescer e estabelecer contatos estando fora do eixo: “Tanto como artista, quanto como influenciadora, eu não fui a única a fazer esse deslocamento. Muitos influenciadores e artistas saem das suas regiões para terem mais visibilidade”, afirma.

Com uma carreira de artista em ascensão, ela tem vontade de se utilizar do desconhecimento público sobre o Norte do país para produzir mais conteúdo sobre a Região, que mostre bastante sobre a cultura e culinária local, a fim de atrair mais curiosidade acerca do local.

Por fim, Alice fica feliz ao falar sobre seus vídeos de humor que vêm fazendo sucesso na internet e revela sonho: “Eu gosto muito de fazer humor, porque acredito que a comédia é muito ampla. Minha comédia é sobre o dia a dia e o cotidiano. Fico muito feliz que as pessoas se identifiquem com meus vídeos, de verdade. Acredito que hoje nós temos muitas referências de pessoas que começaram fora do eixo e seria uma honra pra mim fazer parte desse grupo, porque amo saber que posso estar contribuindo de alguma maneira, mesmo que singela”, finaliza.