ESPIONAGEM ILEGAL Investigação da PF sobre Abin vê risco de exposição de dados sensíveis do Brasil a órgãos estrangeiros Publicada em 27/10/2023 às 14:59 O uso de um software israelense pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e pelo Exército, com a finalidade de rastrear a localização de pessoas durante o governo de Jair Bolsonaro, tem preocupado investigadores da Polícia Federal por causa da potencial exposição de dados sensíveis do Brasil a órgãos estrangeiros. A ferramenta FirstMile, comprada da empresa Cognyte para monitorar determinados alvos a partir de seus celulares, armazenava os dados coletados em um servidor localizado em Israel, país com tradição de desenvolver programas de espionagem, de acordo com a investigação da PF. A PF deflagrou uma operação na semana passada para investigar o uso do FirstMile no rastreamento ilegal de jornalistas, políticos adversários do governo Bolsonaro e até integrantes do Poder Judiciário. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, dois ex-agentes da Abin foram presos e cinco servidores do órgão foram afastados dos cargos. Na avaliação de investigadores, Abin e Exército acabaram “abrindo as portas” da rede de telefonia brasileira a profissionais estrangeiros. Informações desse tipo são consideradas estratégicas para a segurança nacional, ainda segundo os investigadores. O g1 questionou a Abin e o Exército sobre as eventuais medidas adotadas para evitar o uso indevido das informações armazenadas fora do Brasil, e também se existem outros dados sensíveis como os do FirstMile em servidores no exterior. O Exército afirmou, em nota, que “quaisquer esclarecimentos solicitados pela Polícia Federal sobre o software em questão serão prestados exclusivamente àquele órgão”. E acrescentou: “Cabe destacar que esse é o procedimento que tem pautado a relação de respeito e profissionalismo do Exército Brasileiro com as demais instituições da República”. A Abin não se manifestou. A Abin já havia admitido o uso do programa espião no período de 26 de dezembro de 2018 a 8 de maio de 2021. Documentos apreendidos pela PF na sede da empresa fornecedora do software, em Santa Catarina, confirmaram que o Exército também comprou a ferramenta, segundo autoridades que acompanham as investigações. GSI mudou regra em 2021 O armazenamento de dados sigilosos e sensíveis em servidores fora do país não é recomendado em nenhuma situação, de acordo com um perito federal ouvido reservadamente pelo g1. Isso se deve ao risco de mau uso das informações por empresas e órgãos governamentais estrangeiros, que não estão ao alcance da lei brasileira. De acordo com o especialista, até 2021, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, responsável por editar normas sobre o armazenamento de dados do poder público, proibia a hospedagem de informações em servidores fora do Brasil. A Abin operou o FirstMile sob a vigência dessa regra, o que está em apuração pela PF. Em agosto de 2021, o GSI publicou uma nova norma (Instrução Normativa nº 5) que abriu a possibilidade de a administração federal armazenar alguns de seus dados em servidores no exterior, mediante a avaliação dos gestores dos órgãos. Fonte: G1 Leia Também Investigação da PF sobre Abin vê risco de exposição de dados sensíveis do Brasil a órgãos estrangeiros Prefeitura de Ariquemes inicia campanha de vacinação antirrábica na área urbana no dia 11 de novembro. Incra capacita servidores de Rondônia para serviços em assentamento na PGT Tel Aviv, em Israel, é bombardeada novamente; Hamas reivindica ataques Pódio em campeonato internacional, contratação de médicos e Festival do Tambaqui em Miami são destaques do Governo de Rondônia nesta semana Twitter Facebook instagram pinterest