CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO Faixa de Gaza: situação de brasileiros avança, mas saída segue indefinida Publicada em 11/11/2023 às 08:54 Brasileiros e familiares que se dirigiram à cidade de Rafah, na Faixa de Gaza, na sexta-feira (10/11), frustraram-se diante do fechamento da fronteira do território palestino com o Egito. O governo brasileiro, embora sem garantias de quando a promessa de retirada dos brasileiros se concretizará, segue com as negociações para repatriar o grupo e articula a elaboração de uma nova lista. Há a expectativa de que a fronteira seja reaberta neste sábado (11/11), o que permitiria a saída do grupo de brasileiros e familiares, formado por 34 pessoas. Entretanto, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou que a situação não permite definir a data da saída. Na quinta (9/11), o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, confirmou ao chanceler brasileiro que os brasileiros estariam na lista de estrangeiros e portadores de dupla cidadania autorizados a deixar a Faixa de Gaza nessa sexta (10/11). A informação se cumpriu, mas os brasileiros não conseguiram passar. Após cinco ambulâncias com feridos cruzarem a passagem de Rafah, as autoridades egípcias fecharam a fronteira. A decisão decorreu de notícias sobre a forte presença militar israelense e combates ao redor de hospitais, o que impediu e dificultou a saída dos veículos. Ao Metrópoles o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, explicou que a passagem dos estrangeiros está condicionada à travessia dos feridos. Assim, se as ambulâncias puderem sair neste sábado (11/11), os nomes que estão na lista também deixarão a região. A passagem de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, tem recebido estrangeiros e palestinos feridos desde 1º de novembro. A fronteira, porém, teve interrupções em quatro dias: sábado (4/11), domingo (5/11), quarta-feira (8/11) e sexta-feira (10/11). Mais uma lista O Metrópoles apurou que o Itamaraty elabora nova listagem de brasileiros e familiares para serem retirados da Faixa de Gaza, por meio da fronteira em Rafah, e trazidos ao Brasil. Há a expectativa de que a segunda relação contenha entre 40 e 50 nomes. A nova lista contempla aqueles brasileiros que solicitaram repatriação ao Brasil, após a composição da primeira. Embora o Itamaraty reúna os nomes e siga em contato com esse grupo, por meio do Escritório de Representação do Brasil em Ramala, as autoridades que controlam a fronteira não estão abertas a incluir mais nomes para evadir a região de conflito. Procurado, o Itamaraty informou que concentra esforços na repatriação do grupo com 34 pessoas e que o envio de uma lista complementar dependeria de negociações. Enquanto isso, o governo brasileiro se prepara para receber o grupo em Brasília. O avião VC-2, que está no Egito após ser cedido pela Presidência da República, efetuará o resgate dos repatriados. Há chance de que a aeronave se dirija ao aeroporto de Al Arish, no Egito, que é mais próximo à Faixa de Gaza. O trajeto desta operação deve ser semelhante ao roteiro da missão que resgatou 32 pessoas da Cisjordânia, com um avião do mesmo modelo. Assim, após sair do Egito e antes de pousar na capital federal, devem ser feitas três paradas técnicas: uma na Itália; a segunda na Espanha; e a terceira em Pernambuco. Conflito segue acirrado A guerra entre Israel e o Hamas entra no 36º dia neste sábado (11/11). Até o momento, o conflito resultou em cerca de 12,4 mil mortos, somados ambos os lados. Em Israel, foram 1,4 mil óbitos, enquanto, do lado palestino, contabilizam-se cerca de 11 mil mortes. Além dos mortos, o conflito, que escalou no último dia 7 de outubro, lançou a população da Faixa de Gaza em uma crise humanitária. Na região, como mostram dados compilados pela Organização das Nações Unidas (ONU), os mais de 2 milhões de palestinos lidam com a escassez de água, comida e combustível. Nessa sexta-feira (10/11), o norte do território enfrentou aumento nas ações de Israel, por meio de incursões terrestres e bombardeios. Um ataque aéreo atingiu as proximidades do hospital de Al-Shifa, o que despertou um alerta na comunidade internacional. As Forças de Defesa de Israel, por sua vez, afirmaram que a explosão teria sido causada por um lançamento de míssil que falhou ao sair de Gaza. “A OMS [Organização Mundial da Saúde] está muito preocupada com a segurança dos pacientes, dos profissionais de saúde e daqueles que estão abrigados nos hospitais”, reagiu o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom. A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, que faz parte do Movimento Internacional da Cruz Vermelha, também emitiu comunicado em que condenou um ataque israelense a uma unidade de saúde, mas, desta vez, ao Hospital de Al-Quds. Reação americana O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou, nesta sexta-feira, que “morreram palestinos demais” no conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas. “Muitos sofreram nas últimas semanas”, disse a jornalistas, na Índia. Antony Blinken ainda defendeu que é necessário “fazer muito mais” para proteger os civis palestinos e garantir que a ajuda humanitária chegue a eles. “Apreciamos o fato de, ontem [quinta-feira (9/11], Israel ter anunciado pausas de quatro horas, com aviso prévio de três horas em áreas específicas, bem como dois corredores humanitários que permitirão às pessoas circularem com mais segurança e liberdade para sair do perigo e também para receber assistência”, destacou. A fala chamou a atenção porque, além de serem aliados históricos de Israel, os Estados Unidos se mantiveram a favor do direito de autodefesa dos israelenses por meio de bombardeios à Faixa de Gaza. No Conselho de Segurança da ONU, por exemplo, a delegação norte-americana vetou uma minuta brasileira por não conter expressamente essa possibilidade de retaliação. Há dias, a implementação da dinâmica de interrupção do conflito era negociada pelo governo dos Estados Unidos com os israelenses. Na quinta-feira, o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos EUA, John Kirby, anunciou que o governo de Israel concordou em adotar pausas humanitárias nos ataques ao norte da Faixa de Gaza. Fonte: Metrópoles Leia Também Faixa de Gaza: situação de brasileiros avança, mas saída segue indefinida Nota de Apoio da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário - FENAJUD à presidente do SINJUR Gislane Caldeira Governo da Venezuela anuncia referendo sobre anexação de parte da Guiana Mulher fica gravemente ferida após ataque de tubarão na Austrália Supremo Tribunal Federal valida julgamento de civil pela Justiça Militar Twitter Facebook instagram pinterest