CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO Estados Unidos vetam mais uma proposta de cessar-fogo em Gaza Publicada em 09/12/2023 às 08:49 Os Estados Unidos vetaram nesta sexta-feira uma exigência do Conselho de Segurança da ONU por um cessar-fogo humanitário imediato na guerra entre Israel e o grupo militante palestino Hamas em Gaza, deixando Washington diplomaticamente isolado enquanto protege seu aliado. Treze membros do Conselho de Segurança votaram a favor de um breve projeto de resolução, apresentado pelos Emirados Árabes Unidos. O Reino Unido se absteve. A votação foi realizada depois de o secretário-geral da ONU, António Guterres, tomar a rara atitude de formalmente alertar na quarta-feira os 15 membros do conselho para uma ameaça global da longa guerra de dois meses. “Qual é a mensagem que estamos enviando aos palestinos se não conseguirmos unir-nos num apelo para interromper o bombardeio implacável de Gaza?”, questionou ao conselho o vice-embaixador dos Emirados Árabes Unidos na ONU, Mohamed Abushahab. EUA e Israel são contra um cessar-fogo porque acreditam que ele beneficiaria apenas o Hamas. Washington prefere apoiar pausas nos combates para proteger civis e permitir a libertação de reféns tomados pelo Hamas no ataque de 7 de outubro em Israel. O vice-embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, disse ao conselho que o projeto de resolução era um texto desequilibrado "que estava divorciado da realidade" e que não avançaria a situação de forma concreta. “Embora os Estados Unidos apoiem fortemente uma paz duradoura em que tanto israelenses como palestinos possam viver em paz e segurança, não apoiamos o apelo desta resolução a um cessar-fogo insustentável que apenas irá plantar as sementes para a próxima guerra”, disse Wood. A embaixadora britânica na ONU, Barbara Woodward, disse que o seu país se absteve porque não houve condenação do Hamas. “Israel precisa ser capaz de enfrentar a ameaça representada pelo Hamas e precisa fazer isso de uma forma que respeite o direito humanitário internacional, para que tal ataque nunca mais possa ser realizado novamente”, disse ela ao conselho. Os EUA favorecem a sua própria diplomacia em detrimento da ação do Conselho de Segurança para obter a libertação de mais reféns e pressionar Israel a proteger melhor os civis em Gaza enquanto retalia o Hamas. No entanto, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, reconheceu na quinta-feira que havia um “gap” entre a intenção de Israel de proteger os civis e o que tem acontecido efetivamente. O Ministério da Saúde de Gaza afirma que mais de 17.480 pessoas foram mortas. Israel tem bombardeado Gaza pelo ar, impôs um cerco e lançou uma ofensiva terrestre. A grande maioria dos 2,3 milhões de habitantes do enclave palestino foi deslocada das suas casas. “Não há uma proteção efetiva dos civis”, disse Guterres ao conselho nesta sexta-feira. “O povo de Gaza está sendo ordenado a se mudar como pinballs humanos -- ricocheteando entre zonas cada vez menores do sul, sem o básico para sobreviver. Mas nenhum lugar em Gaza é seguro.” Uma pausa de sete dias -- durante a qual o Hamas libertou alguns reféns e houve um aumento de auxílio humanitário em Gaza -- acabou em 1º de dezembro. Após várias tentativas sem sucesso, o Conselho de Segurança cobrou pausas nos combates no mês passado para permitir o acesso de ajuda à Gaza, descrita nesta sexta-feira por Guterres como um “pesadelo humanitário em espiral”. O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, disse ao Conselho de Segurança nesta sexta que havia um cessar-fogo que foi violado pelo Hamas em 7 de outubro. “A ironia é que a estabilidade regional e a segurança tanto dos israelenses como dos habitantes de Gaza só podem ser alcançadas quando o Hamas for eliminado, nem um minuto antes”, disse Erdan. "Portanto, o verdadeiro caminho para garantir a paz é apenas através do apoio à missão de Israel -- absolutamente não apelando a um cessar-fogo." Fonte: Agência Brasil Leia Também Estados Unidos vetam mais uma proposta de cessar-fogo em Gaza Voo para resgate de mais brasileiros em Gaza decola para o Egito Tenda Família Cidadã vai atender moradores do Condomínio Residencial Orgulho do Madeira em Porto Velho Ministro diz que violações de direitos humanos fertilizam fascismo Brasil anuncia mais de 120 eventos preparatórios da Cúpula do G20 Twitter Facebook instagram pinterest