TRAGÉDIA Migrantes morrem ao atravessar deserto nos EUA: “Viraram múmias” Publicada em 28/12/2023 às 10:00 Cerca de 1.400 pessoas perderam a vida ao tentar cruzar a fronteira entre o México e os Estados Unidos através do deserto de Sonora, no Arizona, no último ano. No local, grupos de voluntários buscam corpos de migrantes que sucumbiram ao calor extremo da região, considerada a passagem migratória mais perigosa do mundo. Uma reportagem da BBC reuniu relatos de voluntários que participam de missões em busca de corpos de desaparecidos no deserto. Foi o caso de Raúl Sánchez, um mexicano de 36 anos que partiu rumo aos Estados Unidos após não conseguir um emprego estável em seu país natal. Ele deixou dois filhos adolescentes e a esposa. “Ele nunca me disse que planejava atravessar o deserto de Sonora. Se ele tivesse me contado, eu jamais teria permitido”, afirmou a irmã de Raúl, identificada como Inmaculada. O deserto de Sonora é o mais quente da América do Norte, chegando a atingir temperaturas de 50 °C. A desidratação é a principal causa da morte de migrantes na região. Apesar da travessia perigosa, muitos pessoas optam pela passagem pelo deserto por ter menos vigilância em comparação a outros pontos fronteiriços. Ely Ortiz é um dos voluntários que atuam no grupo chamado Águias do Deserto. Ele passou a fazer parte das operações após entrar em uma busca pelo irmão e o primo pelo deserto, em 2009. Na época, a única organização que atuava na região era o Desert Angels. Quando conseguiu encontrar os familiares, já era tarde demais. “Eles viraram múmias por causa do calor e ainda exalavam um cheiro horrível. Meu irmão tirou os sapatos e os colocou ao lado dele, acho que os pés dele já estavam muito machucados por causa das bolhas”, diz. Após a experiência traumática, ele decidiu se dedicar à procura por migrantes no deserto junto à esposa. Os dois organizavam as buscas nos finais de semana. Ele conta que sofreu com bolhas nos pés e insolação durante as primeiras operações. “Naquele momento entendi porque muitos morrem de sede e de calor”, afirmou Ortiz. “Os migrantes vão para debaixo de um arbusto para dormir e não acordam novamente.” Além de procurar por corpos e pertences de migrantes mortos, os voluntários levam consigo água e comida e prestam apoio no resgate de pessoas que necessitam de cuidados. Fonte: Metrópoles Leia Também Migrantes morrem ao atravessar deserto nos EUA: “Viraram múmias” Programas na Educação ampliaram a qualidade no atendimento e aprendizagem de mais de 44 mil alunos municipais Governo de Rondônia prepara campanha “Janeiro Roxo” de combate à hanseníase; doença pode causar incapacidade física Estrutura para a festa da virada em Porto Velho começa a ser instalada nesta quinta-feira (28) Funcultural de Porto Velho prorroga prazo para interposição de recursos referentes aos Editais Twitter Facebook instagram pinterest