CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO ONU vê "sinais promissores" de abertura de passagem para Gaza Publicada em 07/12/2023 às 15:16 Em conferência de imprensa em Genebra, Martin Griffiths indicou que a ONU continua a negociar com Israel para a abertura desse segundo posto fronteiriço. "Estamos ainda em negociações e há alguns sinais promissores" de um acesso a Kerem Shalom, declarou Griffiths, acrescentando que Israel, os Estados Unidos, o Egito e a ONU participam nas negociações. "Há semanas que defendemos evidentemente a abertura de Kerem Shalom", recordou Griffiths, acrescentando: "Estas negociações estão a decorrer no âmbito de uma comissão (...) que se reúne dia e noite, onde estão representados o Governo israelita, os Estados Unidos, os egípcios e as Nações Unidas, com a presença dos meus próprios serviços". Devido à violência dos combates e dos bombardeamentos na parte sul da Faixa de Gaza, "já não se pode falar de ajuda humanitária", mas "de oportunismo humanitário", o que "não é sustentável", observou. "Existem atualmente em Gaza dois cavaleiros do Apocalipse: a guerra, claro, mas também a doença", frisou o responsável. "E só vai piorar, porque não estamos em condições de garantir o aprovisionamento dos hospitais e dos serviços de saúde, de água potável, da dessalinização", notou. "Portanto, os indicadores estão todos a apontar na direção errada", comentou. Somando-se à passagem de Rafah, na fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza, a abertura do posto de Kerem Shalom "mudaria a própria natureza do acesso da ajuda humanitária" de que os habitantes naquele território palestiniano desesperadamente necessitam, declarou Griffiths. "Se conseguirmos isto [a abertura de Kerem Shalom], será o primeiro milagre que vemos em semanas, será um enorme impulso para o processo logístico e para a base logística de organização de uma operação humanitária", observou. O sul da Faixa de Gaza, até onde Israel estendeu a sua ofensiva após o fim da trégua de uma semana, sofre já os mesmos níveis de violência que a metade norte daquele enclave palestiniano, pelo que as operações de assistência são agora quase impossíveis, indicou o coordenador humanitário das Nações Unidas. "O ataque militar ao sul de Gaza é uma repetição do que se viveu no norte", denunciou o dirigente do Gabinete da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA). "Não creio que possamos já considerar que há uma operação humanitária em curso no sul de Gaza", acrescentou Griffiths, insistindo em que agora "também não existem locais seguros para os civis no sul, que oferecia algum refúgio". Contudo, afirmou, ainda há camiões com ajuda que atravessam o terminal fronteiriço de Rafah "e tentam circular por estradas que ainda não tenham sido minadas ou destruídas, para a distribuir a algumas pessoas". "É um plano improvisado, errático, do qual não se pode depender e que, francamente, não é sustentável", lamentou o dirigente humanitário das Nações Unidas. A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo mais de 1.200 mortos, na maioria civis, 5.000 feridos e cerca de 240 reféns. Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que agora se estendeu ao sul. A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 62.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 17.000 mortos, na maioria civis, e mais de 40.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, confirmado pela ONU, e cerca de 1,9 milhões de deslocados, também segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano pobre numa grave crise humanitária, também agravada pela destruição das infraestruturas de acesso. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, mais de 250 palestinianos foram mortos desde 07 de outubro pelas forças israelitas ou em ataques perpetrados por colonos. Fonte: Noticia ao Minuto - Portugal Leia Também ONU vê "sinais promissores" de abertura de passagem para Gaza Prefeitura Ji-Paraná retoma obras de pavimentação da rua Bahia; via completa trechos do bairro Boa Esperança Correção dos limites entre Seringueiras e São Miguel do Guaporé é apresentada para os municípios Prefeitura de Porto Velho recebe selo MigraCidades da ONU e da UFRGS "Crescente preocupação”, diz Lula sobre crise entre Venezuela e Guiana Twitter Facebook instagram pinterest