CRIMES DE GUERRA Netanyahu ganha raro apoio interno em Israel, por ser equiparado ao Hamas em acusações de crimes de guerra Publicada em 21/05/2024 às 11:31 Réu em três processos por corrupção em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pode se tornar o primeiro líder de um país ocidental a ser acusado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), desde a criação do órgão há mais de duas décadas. O procurador-chefe do TPI, Karim Khan, solicitou a um comitê de três juízes mandados de prisão para o premiê e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e contra a Humanidade. A decisão em si não surpreendeu. Os israelenses se acostumaram a ver o chefe de governo em apuros e isolado no cenário internacional. Mas repercutiu mal vê-lo misturado, no mesmo rol de acusações, com os líderes do Hamas — Yahya Sinwar, Mohammed Deif e Ismail Haniyeh. Foi como se, mesmo que momentaneamente, Netanyahu ganhasse um salvo-conduto de seus conterrâneos e adversários políticos, que o acuam diariamente com protestos e ultimatos por sua saída do governo. As condenações à comparação entre Israel e o grupo terrorista responsável pelo maior massacre de civis perpetrado em território israelenses juntaram os desafetos tradicionais do premiê: o líder da oposição israelense, Yair Lapid, e o Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos. “Não podemos aceitar a comparação ultrajante entre Netanyahu e Sinwar, entre os líderes de Israel e os líderes do Hamas”, protestou Lapid em suas redes sociais. Nem por isso Netanyahu, contudo, deixou de ser responsabilizado pela situação degradada que o país ocupa no cenário internacional. “A equivalência é irritante e sublinha principalmente o fracasso estratégico total de Netanyahu e do seu governo: sete meses após o ataque do Hamas, os líderes de Israel são comparados com os líderes de uma organização terrorista”, afirmou o jornal “Haaretz” em seu editorial, ao destacar a arrogância do premiê por desprezar todos os alertas sobre o tsunami diplomático que engole Israel. Se os juízes aceitarem o pedido de Khan, Netanyahu e Gallant se juntarão ao grupo integrado por outros ditadores, que tiveram mandados de prisão expedidos: o russo Vladimir Putin, o sudanês Omar al-Bashir e o falecido líder líbio Muamar Kadhafi. Sob o risco de ser preso, o premiê mais longevo do país não poderá pisar em 124 estados-membros que assinaram o Estatuto de Roma. Mas terá guarida nos EUA, que assim como Israel, não ratificaram o tratado. Dificilmente ele será julgado por isso. Como era esperado, Netanyahu se apresentou como mártir aos israelenses, esbravejando contra o promotor Khan, a quem acusou de "despejar gasolina insensivelmente nas fogueiras do anti-semitismo que assolam o mundo". Conforme ressaltou o colunista Anshel Pfeffer, do “Haaretz”, no curto prazo a popularidade do premiê pode até aumentar, mas isso não deve obscurecer o que aconteceu depois de 7 outubro, quando Israel embarcou numa guerra justificada e com apoio internacional. “A má gestão desta guerra, a insensibilidade e a estupidez covarde deste governo transformaram Israel num pária global que, aos olhos do mundo, está ao mesmo nível do Hamas”, resumiu. Fonte: Sandra Cohen/G1 Leia Também Netanyahu ganha raro apoio interno em Israel, por ser equiparado ao Hamas em acusações de crimes de guerra Julgamento de Donald Trump: defesa encerra caso sem ouvir ex-presidente PL de Machadinho do Oeste promove palestras para pré-candidatos Acaba mandato de Zelensky na Ucrânia mas ele continua presidente Rolim de Moura: atendimentos realizados pelo CRAS será até 12:00 horas e no dia 24 não haverá atendimentos Twitter Facebook instagram pinterest