MANDADOS DE PRISÃO O que é o Tribunal Penal Internacional e por que ele preocupa autoridades israelenses Publicada em 09/05/2024 às 16:12 Mais de seis meses após o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, as autoridades israelenses parecem estar mais preocupadas com a possibilidade de que o Tribunal Penal Internacional (TPI) emita mandados de prisão contra os governantes do país. O Ministério das Relações Exteriores de Israel já declarou que está acompanhando relatórios de atividades em curso. O TPI também está investigando os atos terroristas do Hamas cometidos em 7 de outubro de 2023 (leia mais abaixo). O TPI foi criado em 2002 como o tribunal permanente de última instância para julgar indivíduos responsáveis pelas atrocidades mais hediondas do mundo, como: Crimes de guerra. Crimes contra a humanidade. Genocídio. O Estatuto de Roma, que criou o TPI, foi adotado em 1998, e entrou em vigor após receber 60 ratificações, em 1º de julho de 2002. A Assembleia Geral da ONU aprovou o TPI, mas o tribunal é independente. Sem força policial própria, ele depende dos Estados membros para prender os suspeitos, o que vem se provando o principal obstáculo aos julgamentos. Netanyahu disse na sexta-feira (3), pela rede social X, que Israel "nunca aceitará qualquer tentativa do TPI de prejudicar seu direito inerente à autodefesa". "Embora o TPI não afete as ações de Israel, um precedente perigoso seria estabelecido", afirmou ele. O Ministério das Relações Exteriores de Israel declarou na noite de domingo que teria informado às missões no exterior sobre " rumores " de que o tribunal poderia determinar a prisão de autoridades políticas e militares israelenses. O ministério não informou a fonte dos rumores. Em um comunicado enviado por e-mail à Associated Press, o Gabinete da Procuradoria do tribunal se recusou a comentar detalhes. O que é o TPI? Os 124 Estados membros do TPI assinaram o Estatuto de Roma. Dezenas de países não assinaram e não aceitam a competência do tribunal sobre crimes de guerra, genocídio e outros crimes. Entre eles estão Israel, Estados Unidos, Rússia e China. O TPI é envolvido quando os países não podem ou não pretendem julgar os crimes dentro de seu território. Israel argumenta que tem um sistema judicial em operação, e que discussões sobre a possibilidade ou intenção de julgamento por um país já fomentaram disputas anteriores entre o tribunal e países específicos. Em 2020, o então presidente dos EUA, Donald Trump, impôs sanções econômicas e restrições de viagem contra o procurador do TPI e outro integrante de alto nível do gabinete da procuradoria. A equipe do TPI estava investigando soldados e oficiais de inteligência dos EUA e de seus aliados por possíveis crimes de guerra no Afeganistão. O atual presidente Joe Biden, cujo governo ofereceu apoio político e militar crucial à atual ofensiva em Gaza, retirou as sanções em 2021. O TPI tem 17 investigações em andamento, emitiu um total de 42 mandados de prisão, e deteve 21 suspeitos. Seus juízes já condenaram 10 suspeitos e absolveram quatro. Nos primeiros anos, o tribunal foi criticado por se concentrar em crimes na África — 10 das suas investigações são em países africanos — mas atualmente existem investigações na Ásia, Europa, Oriente Médio e América Latina. Qual é a relação do TPI com Israel e os Territórios Palestinos? A Assembleia Geral da ONU elevou em 2012 o status dos palestinos, de observadores da ONU, para Estado observador não membro. Isso abriu as portas para que os territórios palestinos aderissem a organizações internacionais, como o TPI. O TPI aceitou "o Estado da Palestina" como integrante em 2015, um ano depois de os palestinos aceitarem a jurisdição do tribunal. A procuradora-chefe do tribunal, à época, anunciou em 2021 que estava abrindo uma investigação sobre possíveis crimes em território palestino. Israel frequentemente faz acusações de parcialidade contra a ONU e as organizações internacionais, e Netanyahu criticou a decisão como hipócrita e antissemita. O atual procurador do TPI, Karim Khan, visitou Ramallah e Israel em dezembro, e se reuniu com autoridades palestinas e famílias de israelenses mortos ou levados como reféns pelos militantes do Hamas no ataque de 7 de outubro que desencadeou a guerra Israel-Hamas. Khan classificou as ações do Hamas como "alguns dos crimes internacionais mais graves que afrontam a consciência da humanidade, crimes que o TPI foi criado para julgar", e solicitou a libertação imediata e incondicional de todos os reféns. Khan disse que "o direito internacional humanitário ainda deve ser aplicado" à guerra Israel-Hamas, e que "os militares israelenses sabem quais leis devem ser aplicadas". Após a visita, Khan declarou que uma investigação do TPI sobre os possíveis crimes cometidos por militantes do Hamas e forças israelenses "é uma prioridade para o meu gabinete". Quem mais o TPI acusou? Um ano atrás, o tribunal emitiu um mandado contra o presidente russo, Vladimir Putin, sob a acusação de responsabilidade pelo sequestro de crianças da Ucrânia. A Rússia respondeu emitindo seus próprios mandados de prisão contra Khan e os juízes do TPI. Outros governantes de destaque indiciados pelo tribunal incluem Omar al-Bashir, ditador sudanês deposto, por acusações que incluem genocídio na região de Darfur, em seu país. O ex-governante da Líbia, Muammar Gaddafi, foi capturado e morto por rebeldes logo depois que o TPI emitiu um mandado de prisão por acusações ligadas à repressão brutal dos protestos contra o governo em 2011. Fonte: Associated Press Leia Também Complexo Teatro Estadual Palácio das Artes se destaca como importante centro cultural de Rondônia Seminário Estadual destaca implementação da Lei da Escuta Protegida em Rondônia Em Rondônia, BNDES amplia clientes e aprovações de crédito chegam a R$ 202,5 milhões Bancada Federal atende ao SINTERO e confirma presença para tratar situação de transposto que são NA, mas tem o direito de estar como NI PREVISÃO DO TEMPO: sexta-feira (10) com chuvas em regiões de Rondônia Twitter Facebook instagram pinterest