OPINIÃO Rondônia tem culpa, sim! Publicada em 29/07/2024 às 10:55 Outro dia eu disse que as terríveis enchentes que aconteceram no Rio Grande do Sul em maio último podem ter tido a participação de Rondônia. A culpa das agressões que se faz ao meio ambiente não só por aqui, mas também em outros estados do Brasil, é vista todo ano com os colossais incêndios no que ainda resta de floresta amazônica. No verão desta parte da Amazônia, cortinas de fumaça são vistas quase diariamente em toda a região denunciando o pouco caso que se tem com o meio ambiente neste rincão atrasado, explorado, abandonado e subdesenvolvido. Por ter dito mais esta verdade, o mundo quase caiu sobre mim. Muitos rondonienses e também os rondonienses “de coração” saíram em defesa da destruição escondendo o lixo embaixo do tapete. Mas não tardou muito para a verdade aparecer. Porto Velho teve na semana passada o pior ar para se respirar no Brasil. A capital de Roraima é uma desgraça só. Tem o pior hospital público do país e é, dentre as 27 capitais, a pior para se viver. Segundo o ITB e o IPS, Porto Velho tem a pior qualidade de vida da nação. E como se não bastassem essas duas desgraças, a qualidade do ar que se respira na “capital dos destemidos pioneiros” é a pior de todas. A suja e fedorenta cidade está envolta em fumaça tóxica das queimadas como acontece todos os anos. O calor beira os 40 graus e a sensação de se estar no inferno é real. A devastação ambiental provocada naturalmente em Rondônia é a principal responsável pelas fortes mudanças climáticas verificadas como, por exemplo, os mortais vendavais que assolaram os gaúchos. E não adianta tapar o sol com a peneira, pois Porto Velho e Rondônia não são exemplos ambientais para ninguém. Até o rio Madeira conseguiram matá-lo sem dó. As autoridades constituídas têm culpa também por este descaso. Neste verão, a pouca grama que tem espalhada pelas ruas da capital está seca e esturricada. Nunca vi um caminhão molhando-a. Árvores, a cidade não tem. A cobertura vegetal da rua Tiradentes na zona norte da cidade foi arrancada implacavelmente com a desculpa esfarrapada de que estava quebrando a rede de esgotos que nunca existiu por lá. Além do mais, pessoas incendeiam folhas secas em seus quintais aumentando ainda mais o sufoco. E para piorar toda essa desgraceira, muitos rondonienses incendiários e desinformados estão clamando pela volta da BR-319. A estrada mais antiambiental do mundo será o tiro de misericórdia na já destruída Amazônia. Levas de madeireiros, de grileiros, de invasores de terras, de garimpeiros e outros afins não deixarão uma só árvore ali. Vai ser o fim de toda a floresta. Além do mais, muita gente daqui pede ainda a volta do garimpo criminoso e poluidor no rio Madeira. Como se vê, destruir o meio ambiente e agredir a natureza até parece ser um passatempo divertido em Rondônia, cuja maioria dos habitantes se vê hoje diante de uma seca igual à do Nordeste. Porto Velho não tem água tratada, mesmo assim já há propagandas na mídia incentivando as pessoas a não gastarem “tanta água” à toa. É como se os órgãos de defesa do meio ambiente nem existissem aqui. Incêndios florestais já viraram rotina e a fumaça atormenta a vida de todos. O agronegócio criminoso, carro-chefe em Rondônia, é como a fome: só aumenta a cada ano. E para isso, incendeia a Amazônia em busca de terras para expandir sua atuação. Só em julho deste ano o número de focos de incêndios por aqui é o maior em duas décadas. A floresta arde e por isso, as tormentas relacionadas ao clima só aumentam. Rondônia devia pedir desculpas ao Brasil! *Foi Professor em Porto Velho. Fonte: Professor Nazareno Leia Também Rondônia tem culpa, sim! Taxa de juros afeta investimentos industriais em inovação LIXÕES: Brasil destina 33 mi de toneladas em locais irregulares Vôlei feminino estreia com vitória tranquila em Paris Prefeitura executa ação para controle de roedores em bairro da zona Norte de Porto Velho Twitter Facebook instagram pinterest