OPINIÃO Pior qualidade de ar do Brasil: o silêncio mortal das autoridades de Rondônia sobre incêndios e fumaça em Porto Velho Publicada em 14/08/2024 às 11:10 Porto Velho, RO – Porto Velho, capital de Rondônia, ostenta tristemente o título de cidade com a pior qualidade do ar do Brasil em 2024. A fumaça densa das queimadas que devastam a Amazônia e o Pantanal já não é uma visão passageira; tornou-se parte do cotidiano de seus moradores, que respiram, dia após dia, um ar impregnado de poluentes. Essa situação, porém, parece invisível aos olhos daqueles que deveriam agir para proteger a população: a classe política local. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a poluição gerada pelos incêndios florestais em um único ano equivale a cinco anos de emissões da cidade de São Paulo. É uma comparação que deveria alarmar a todos. A maior metrópole do Brasil, com sua imensa frota de veículos e atividades industriais, já é reconhecida por seu ar saturado de poluentes. Mas Porto Velho, uma cidade bem menor e cercada por áreas naturais de imensa importância, enfrenta agora uma realidade ainda mais cruel. Concentrar essa poluição monstruosa em apenas 12 meses é devastador, tanto para o meio ambiente quanto para a saúde pública. Estudos publicados na Nature Communications alertam que a fumaça das queimadas não respeita fronteiras. Ela se espalha por longas distâncias, afetando regiões que, à primeira vista, poderiam parecer distantes do epicentro do problema. As partículas finas presentes na fumaça, as PM2.5, são inimigos silenciosos, responsáveis pelo aumento de doenças respiratórias, cardiovasculares e até pela mortalidade precoce. Entretanto, apesar de todos esses sinais de alerta, o debate sobre a qualidade do ar e a preservação ambiental permanece ausente das pautas políticas em Rondônia. Em um ano eleitoral, onde representantes municipais e candidatos à prefeitura de Porto Velho disputam votos, é decepcionante constatar que a saúde da população e a preservação da Amazônia não parecem ser prioridades. A população de Porto Velho padece, sufocada, enquanto seus representantes aparentam estar mais preocupados com a manutenção de seus cargos do que com a vida daqueles que deveriam proteger. São oito deputados federais, três senadores, 24 deputados estaduais, o governador e o prefeito de Porto Velho que têm o dever de levantar essas questões. Mas, ao invés disso, o silêncio é ensurdecedor. A crise ambiental e de saúde pública que aflige Porto Velho deveria ser tema central nas discussões políticas. Afinal, o que está em jogo é a vida de milhares de pessoas que, dia após dia, enfrentam uma ameaça invisível e mortal: o ar que respiram. É imperativo que a sociedade exija uma postura mais responsável de seus representantes, antes que seja tarde demais. Os políticos de Rondônia têm a obrigação de agir, e os eleitores, o direito de exigir que isso aconteça. Aliás, deveria ser o tema central dos debates entre os sete postulantes à Prefeitura da Capital: Mariana Carvalho, do União Brasil; Léo Moraes, do Podemos; Benedito Alves, do Solidariedade; Samuel Costa, da Rede; Euma Tourinho, do MDB; Ricardo Frota, do NOVO; e Célio Lopes, do PDT. As chamas que consomem a Amazônia não podem continuar a queimar silenciosamente a saúde da população, enquanto aqueles que deveriam lutar por ela permanecem em um silêncio cúmplice. Fonte: Rondoniadinamica Leia Também Deputada Sílvia Cristina cobra votação urgente da PEC 47, parada na Câmara há quase um ano Léo Moraes anuncia advogada cristã Magna dos Anjos como candidata à vice-prefeita Com temas sociais em pauta, Euma Torinho quer uma Porto Velho mais inclusiva e integrada Seis mulheres disputam cargos e prefeito e vice, somente Novo tem chapa masculina, Podemos e PDT parceiros nas eleições da Capital Regulamentação de serviço de transporte de passageiros por motoaplicativos é aprovada na Alero Twitter Facebook instagram pinterest