DECISÃO TRT-14 reconhece assédio moral em caso de empregada doméstica que sofreu gordofobia Publicada em 29/08/2024 às 14:49 Decisão condena uma empregadora ao pagamento de R$6 mil por danos morais devido ao assédio moral sofrido por uma empregada doméstica. A sentença proferida pela 1ª Vara do Trabalho de Ji-Paraná/RO, da lavra do juiz do Trabalho Carlos Antonio Chagas Junior, não apenas abordou o impacto emocional da conduta da ré, como também fez uso de visual law para tornar o conteúdo da decisão mais acessível. A ação judicial envolveu uma empregada doméstica que, ao longo de seu contrato, foi alvo de comentários pejorativos relacionados ao seu peso por parte da empregadora e se demitiu. A trabalhadora alegou que tais comentários afetaram gravemente sua autoestima e dignidade. Em sua sentença, o magistrado não reconheceu o pedido da autora pela conversão da demissão em rescisão indireta e horas extras, mas ressaltou que os comentários da empregadora configuravam assédio moral, caracterizando uma violação grave aos direitos da personalidade da trabalhadora e destacou: "Os comentários feitos pela empregadora não apenas violaram a honra e a imagem pessoal da reclamante, como também foram suficientemente graves para justificar a condenação por danos morais." Perspectiva de Gênero e Preconceito: o impacto dos comentários pejorativos A sentença também trouxe à tona a necessidade de se considerar a perspectiva de gênero e o contexto social das vítimas de assédio. O juiz analisou o impacto das ações da empregadora no contexto da assimetria de poder e das desigualdades estruturais presentes nas relações de trabalho. Essa abordagem é especialmente relevante no cenário atual, onde o reconhecimento e a reparação de danos morais relacionados a discriminação e preconceito têm se tornado cada vez mais urgentes. A decisão enfatiza a importância da dignidade no ambiente de trabalho e demonstra como inovações no processo judicial podem promover uma maior clareza e acessibilidade na comunicação das decisões judicial e faz referência a Resolução CNJ n. 492 /2023, o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero, no qual se destacam as seguintes passagens: "A assimetria de poder se manifesta de diversas formas. Ela se concretiza, por exemplo, em relações interpessoais – a violência doméstica é uma forma de concretização dessa assimetria, bem como a violência sexual. Entretanto, por trás e para além de relações interpessoais desiguais, existe uma estrutura social hierárquica, que é o que molda, dentre outros, as relações interpessoais, os desenhos institucionais e o direito". Visual Law e acesso à Justiça A aplicação de Visual Law na sentença é uma abordagem recente que transforma documentos judiciais em formatos mais visuais e intuitivos. Essa técnica utiliza infográficos, gráficos e elementos visuais para apresentar informações complexas de maneira mais clara. No caso em questão, a decisão não apenas abordou questões jurídicas pertinentes, mas também foi apresentada de forma que facilita a compreensão dos envolvidos e da sociedade em geral. Fonte: TRT14 Leia Também TRT-14 reconhece assédio moral em caso de empregada doméstica que sofreu gordofobia Campanha do MPRO promove conscientização em escolas, unidades de saúde e ruas de Cacoal Estratégias conjuntas de combate às queimadas são traçadas com estados da Amazônia Legal Cone Sul recebe obras para melhorias na trafegabilidade e durabilidade do pavimento asfáltico Escolas estaduais de Rolim de Moura se destacam no ranking nacional de educação Twitter Facebook instagram pinterest