UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Em um ano de atuação, MPRO requer R$614 milhões em indenização por desflorestamento ilícito de cerca de 16 mil hectares em Porto Velho Publicada em 06/09/2024 às 14:29 O desflorestamento na Amazônia, em especial na comarca de Porto Velho, tem avançado em Unidades de Conservação, áreas especialmente protegidas e que deveriam ser mantidas intactas, justamente como reservas da biodiversidade. Lamentavelmente, porém, o Ministério Público em defesa do Meio Ambiente, na comarca de Porto Velho, constatou que a omissão do Estado, na proteção efetiva de suas unidades de conservação, resultou num quase extermínio da cobertura florestal em várias das suas unidades de conservação, podendo se citar: Estação Ecológica Soldado da Borracha e Reserva Extrativista Jaci-Paraná. Em ambas, em um ano de atuação (ago/23 a ago/24), o Ministério Público constatou, entre vários outros ilícitos, a existência e manutenção de Cadastros Ambientais Rurais (CAR) ativos, existência de vultosa quantidade de gado e sua movimentação comercial, com cadastros de produtores rurais mantidos pela Secretaria de Finanças do Estado (SEFIN), cadastro de propriedade rural junto a Agência de Defesa Agrosilvopastoril (Idaron) expedição de Guias de Transporte Animal e aquisição deste gado criminoso por Frigoríficos, além de quase 7 mil hectares de desflorestamento constatados na Esec Soldado da Borracha e mais de 2 mil e quinhentos hectares desflorestados na Resex Jaci-Paraná. A retirada da cobertura florestal da Resex Jaci-Paraná já atinge 76,3% de toda a área da Unidade e nela são contabilizados pela Idaron, mais de duzentas mil cabeças de gado, tudo isso sendo tolerado e até incentivado pelo Estado de Rondônia. Com a finalidade de evitar o incentivo pelo Estado de Rondônia, o MP recomendou expressamente à SEFIN e Idaron (Recomendação Conjunta n.º 05/2024) que cumpram a legislação e não inscrevam cadastros de produtores, nem cadastro de propriedades situadas em Unidades de Conservação, tampouco, colaborem com a comercialização, emitindo documentos que claramente são falsos, como declarações de posse sobre áreas situadas em unidades de conservação de proteção integral. Ademais, recomendou à SEDAM (Recomendação Conjunta n.º 4/2024) que proceda ao embargo total da Resex Jaci-Paraná, tendo em vista o altíssimo número de invasores e de gado nela existente. Recomendou, ainda à SEDAM (Recomendação Conjunta n.º 03/2023), que proceda ao cancelamento de todos os CAR situados em Unidades de Conservação e cumpra o Código Florestal no tocante aos requisitos para validação do cadastro ambiental rural. O Ministério Público ajuizou, em decorrência destes fatos, 52 ações civis públicas visando a desintrusão dos invasores, destruição de intervenções artificiais realizadas nas áreas, como casas, currais, etc, retirada dos semoventes, obrigação de recuperar o meio ambiente e aplicação de indenização por danos materiais e coletivos na ordem de R$ 614.434.661,39 (seiscentos e quatorze milhões, quatrocentos e trinta e quatro mil, seiscentos e sessenta e um reais e trinta e nove centavos). Os mesmos fatos, por caracterizarem crimes ambientais, também estão sendo enfrentados na seara criminal, pelos crimes de: desmatar, explorando economicamente , floresta em unidades de domínio público (art. 50-A), impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas (art. 48), destruir ou danificar áreas de preservação permanente (art. 38), alterar o aspecto ou estrutura de local especialmente protegido por lei (art. 63), provocar incêndio em floresta (art. 41), todos da Lei 9605/98, além de investigações quanto à crimes de falsidade praticados por servidores públicos e lavagem de capitais, inclusive, por quem adquire os produtos de origem criminosa, como o gado proveniente de unidades de conservação. As ações ajuizadas abrigam fatos ocorridos nas seguintes unidades de conservação, além de algumas áreas privadas: UC Umirizal, Esec Soldado da Borracha, Resex Jaci-Paraná e APA do Rio Pardo e totalizam 15.332.418 hectares de desflorestamento. O trabalho está sendo realizado pelos promotores de justiça de meio ambiente e urbanismo da capital, titulares das 14, 15, 16 e 17ª promotorias de justiça. Fonte: MP-RO Leia Também Em um ano de atuação, MPRO requer R$614 milhões em indenização por desflorestamento ilícito de cerca de 16 mil hectares Cooperação entre os governos de Rondônia e federal para combate aos incêndios é evidenciado em reunião SINTERO convoca profissionais federais transpostos e técnicos administrativos pioneiros para Assembleia Geral Extraordinária Encerramento do curso de Costura Industrial para internas do regime fechado acontece em Vilhena Governador Marcos Rocha apresenta resultados da 1ª fase da Operação Temporã Twitter Facebook instagram pinterest