SAÚDE Recusa familiar é o principal motivo para não efetivação de transplantes de órgãos, diz Ministério da Saúde Publicada em 28/09/2024 às 10:13 Dos motivos citados para a não efetivação de transplantes de órgãos no Brasil, a recusa familiar é o principal, de acordo com dados do Ministério da Saúde, de 2019 a 2023. Os demais elencados foram diagnóstico de morte encefálica não confirmado, parada cardiorrespiratória e critério de exclusão absoluta. No Brasil, a cada 14 pessoas que podem doar, apenas quatro se tornam doadoras. A fila de espera por um transplante tem 44.626 pacientes. Somente para o de córnea, são 29.658 pessoas. O filme da Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes -"Doação de órgãos: precisamos falar sim"-, lançada nesta sexta-feira (27), Dia Nacional da Doação de Órgãos, na abertura do Fórum Nacional para revisão do regulamento técnico do Sistema Nacional de Transplantes, em Brasília, reforça o tema. As cenas trazem algumas famílias que são questionadas com a pergunta "você quer falar sobre doações de órgãos?" Todas dizem não. No momento, seguinte, apenas um familiar de cada grupo permanece no local. A pergunta é reformulada: "e se seu filho, marido, pai precisasse de um doador, você falaria sobre doar órgãos?" Todos responderam "sim" se fosse para salvar um ente querido. A campanha conscientiza sobre a importância das famílias dialogarem a respeito do assunto. De janeiro a junho de 2023, no Brasil, havia 6.857 potenciais doadores de órgãos. Destes, 2.043 se tornaram efetivos. No mesmo período deste ano, esse número chegou a 7.397. Porém, a quantidade de efetivos diminui para 1977 -3,2% menor, na comparação. "O grande entrave é exatamente a ampliação da doação de órgãos. Por isso, essa mensagem dirigida às famílias, a quem cabe essa autorização, essa doação. Falar de transplantes é sempre difícil, como diz nossa campanha, mas é falar sobre chance de vida. Nós sempre associamos com a morte. Vamos pensar que é falar sobre solidariedade, que é tão importante quando pensamos no tema", afirma a ministra Nísia Trindade. Pode autorizar a retirada de órgãos e partes do corpo de pessoas mortas para transplantes o cônjuge ou um parente maior de idade, obedecida a linha sucessória até o segundo grau, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação do óbito. Por isso é importante avisar aos familiares ainda em vida se desejar que os órgãos sejam doados. "O grande problema é que muitas pessoas não conversam com a família sobre o assunto. Então, nós atribuímos que muitas das doações não acontecem pelo não conhecimento, pela falta de diálogo prévio da família com aquele que morreu. Do ano passado para esse, o número de recusas familiares aumentou cinco pontos percentuais. O ano passado 40% das famílias negavam; hoje estamos em 45% de negação. Isso impacta bastante no número das doações e, consequentemente, no de transplante de órgãos.", afirma o especialista em doação e transplante de órgãos Tadeu Thomé, membro da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos) e CEO da Xeno BR - uma startup que produz órgãos de porcos geneticamente modificados para fazer transplante. Na visão de Tadeu, Incentivar as famílias a conversarem sobre o assunto é a ação de curto prazo. Mas outras são importantes, como intensificar as campanhas nas escolas e nas faculdades, principalmente das áreas médicas. "O transplante é a única área da medicina que depende exclusivamente da sociedade. Você pode ter o melhor hospital, melhor equipe médica, melhor remédio para não rejeitar o órgão, mas se a família não falar sim, o transplante não acontece. Por isso que a campanha tem que ser comunicada em todos os níveis da sociedade. Hoje, muitos profissionais saem formados médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, sem o devido conhecimento, sem formação sobre transplante, doação de órgãos, morte encefálica e tudo o que envolve". Fonte: NOTÍCIAS AO MINUTO Leia Também Recusa familiar é o principal motivo para não efetivação de transplantes de órgãos, diz Ministério da Saúde Obras no cemitério de Rolim de Moura só poderão ser feitas até dia 20 de outubro Brigadista morre durante incêndio em canavial Companhia de arte apresentará peça sobre consumo consciente de energia em escola da capital Reservatórios de SP operam abaixo da metade da capacidade Twitter Facebook instagram pinterest