ANÚNCIO Com indicação do radical Matt Gaetz para procurador-geral, Trump mostra que promessas de campanha são para valer Publicada em 14/11/2024 às 15:56 Indicado por Donald Trump para comandar o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o congressista republicano da Flórida Matt Gaetz se intitula como “populista libertário”. Em outras palavras, isso faz dele um “Maga puro-sangue” — partidário leal e fervoroso do movimento “Torne a América Grande Novamente”, criado pelo presidente eleito. Daí a ser nomeado procurador-geral, o mais alto cargo para reger a aplicação da lei no país, é outra história. O anúncio de Trump abalou gabinetes do Capitólio, principalmente, os de republicanos da ala tradicional do partido, mas segue uma linha coerente de suas promessas de campanha. O presidente eleito está dizendo a que veio e sinaliza que é para valer a sua proposta de reformar o Departamento de Justiça e tachada pelos críticos como vingança pessoal às investigações e aos indiciamentos a que foi submetido desde que deixou a Presidência, em 2020. “Ele vai governar com um senso de vingança, e a lealdade pessoal realmente é a moeda de seu reino”, resumiu o colunista David French, do “New York Times”. Nesse contexto, aos 42 anos, o radical Gaetz é o candidato ideal para Trump levar adiante a sua agenda, com a meta de “erradicar a corrupção sistêmica no Departamento de Justiça”, conforme justificou a nomeação. Ele ascendeu como congressista em 2016, no mesmo ano em que o candidato republicano foi eleito presidente. Foi extremamente fiel aos seus argumentos de que, quatro anos depois, a reeleição foi roubada. "Esta deve ser a pior nomeação para um cargo no Gabinete na História americana. Gaetz não é apenas totalmente incompetente para este trabalho, ele não tem caráter", analisou John Bolton, um dos principais conselheiros de Trump no primeiro mandato, que se tornou um desafeto. O deputado destacou-se como provocador e orquestrou, no ano passado, a tumultuada rebelião do partido Republicano na Câmara dos Representantes para derrubar o então presidente, Kevin McCarthy. Em seu lugar, foi eleito o atual líder, Mike Johnson, outro soldado raso leal a Trump e ao Maga. Assim que foi indicado por Trump, nesta quarta-feira, para ser o futuro procurador-geral, Gaetz enviou carta a Mike Johnson pedindo a renúncia ao cargo de legislador. A rapidez, antes mesmo da confirmação do Senado, foi atribuída à investigação do Comitê de Ética da Câmara, que corre contra ele, sobre alegações de má conduta sexual e uso de drogas ilícitas. Ele nega as acusações. O Departamento de Justiça, a que Gaetz foi escolhido para comandar, também o investigou por uma viagem do congressista às Bahamas com uma jovem de 17 anos — o que violaria a lei federal — mas o caso foi encerrado. Com a rápida renúncia ao cargo de congressista, a investigação ética foi automaticamente encerrada. Conforme observou o presidente da Câmara, o comitê não tem jurisdição sobre ex-membros do Congresso. A questão em aberto é se a nomeação de Gaetz para o Departamento de Justiça terá o aval do Senado. Os republicanos terão 53 cadeiras na Câmara Alta do Congresso e ainda poderão contar com o vice-presidente eleito J.D. Vance para desempatar o voto, em caso de 50 a 50. A confirmação de Gaetz, que tem desafetos abertos no Capitólio, será um teste para o novo Senado. Resta saber se estes desertores vão emergir ou sucumbir a Trump. Fonte: G1 Leia Também Com indicação do radical Matt Gaetz para procurador-geral, Trump mostra que promessas de campanha são para valer Brasileiros precisam conhecer crimes de Putin, diz ucraniana Nobel da Paz EUA anunciam sanções a conglomerado sírio que seria financiador da Guarda Revolucionária iraniana Guerra de Israel em Gaza tem características de genocídio, diz ONU Haddad critica imprensa por cobertura sobre desoneração fiscal Twitter Facebook instagram pinterest