"MANDATO PRESIDENCIAL" Congresso da Nicarágua aprova reforma que dá poder absoluto a Ortega e sua esposa Publicada em 22/11/2024 às 15:57 Medida prolonga mandato presidencial de 5 para 6 anos, aumenta controle da imprensa e cria novos cargos de "copresidente", atualmente ocupado pela esposa de Ortega. Congresso, controlado pelo partido do presidente, aprovou por unanimidade a reforma. O Congresso da Nicarágua aprovou nesta sexta-feira (22) uma reforma constitucional que concede ao presidente do país, Daniel Ortega, e à sua esposa, Rosario Murillo, o controle absoluto sobre os poderes do Estado. O Congresso nicaraguense, controlado pela Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN, sigla esquerdista de Ortega), aprovou por unanimidade a reforma, enviada por Ortega há apenas dois dias com caráter de urgência. Críticos e organizações internacionais vêm denunciado uma guinada autoritária de Ortega, que, neste ano, expulsou o embaixador do Brasil no país. A reforma tem diversos pontos que dão mais controle do Executivo sobre diferentes setores do país, entre eles: aumenta o controle do Executivo sobre a mídia; estende o mandato presidencial de cinco para seis anos; e cria os novos cargos de "copresidentes" — atualmente, esse posto é ocupado pela esposa de Ortega, que originalmente foi eleita vice-presidente na chapa do presidente. Após aprovar a reforma em termos gerais, os legisladores começaram a revisar cada um dos 15 artigos incluídos nela, que serão votados de forma separada. Críticos do governo acusaram Ortega de usar a reforma para legalizar o "poder absoluto" já exercido por anos pelo presidente e por sua esposa. De acordo com a constituição nicaraguense, as reformas devem ser aprovadas em um segundo período legislativo — neste caso em 2025 — antes de entrarem em vigor. O governo nicaraguense ainda não havia dito, até a última atualização desta reportagem, se esperará o próximo período legislativo para colocar a medida em vigor. A Organização dos Estados Americanos (OEA) também criticou a reforma e disse que Ortega e Murillo pretendem "aumentar seu controle absoluto do estado e manter sua posição no poder". Segundo o índice V-DEM, que mede o status das democracias pelo mundo, a Nicarágua é uma autocracia. Ex-guerrilheiro do movimento sandinista, Ortega governa a Nicarágua de forma consecutiva desde 2007. Em 2021, ele foi reeleito para o quarto mandato em eleições, que, segundo observadores dos Estados Unidos, não foram nem justas nem livres. O atual presidente também governou o país por um mandato nos anos 1980, quando seu partido, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), derrubou em 1979 o ditador Anastasio Somoza. A derrubada de Somoza é conhecida como a Revolução Sandinista. Com Ortega, os sandinistas governaram Nicarágua até 1990, quando foram derrotados na eleição presidencial realizada no país. Expulsão de embaixador brasileiro Relação entre Brasil e Nicarágua deteriora com expulsão de embaixadores. Neste ano, o governo nicaraguense protagonizou um forte embate diplomático com o Brasil ao expulsar o embaixador brasileiro em Manágua. Fonte: G1 Leia Também Congresso da Nicarágua aprova reforma que dá poder absoluto a Ortega e sua esposa Orbán provoca TPI e convida Netanyahu para ir à Hungria Islândia aciona a polícia após turistas tentarem se aproximar de lava durante erupção vulcânica Rússia diz que ataque com míssil hipersônico foi aviso ao Ocidente Prefeitura assina ordem de serviço para a construção de mais cinco salas de aula em Escola Municipal Twitter Facebook instagram pinterest