OPINIÃO Confúcio Moura tenta se desvencilhar da esquerda, mas é tarde demais Publicada em 18/12/2024 às 10:49 Porto Velho, RO – O senador de Rondônia, Confúcio Moura (MDB), enfrenta uma crise de identidade política ao tentar se reposicionar como figura de centro. Enquanto em 2023 assumia publicamente uma postura de centro-esquerda, um ano depois, com a proximidade do ciclo eleitoral de 2026, o parlamentar agora se afasta desse espectro ideológico, declarando: “Nunca fui de esquerda”. A tentativa de recalibrar sua imagem, contudo, enfrenta forte resistência entre os eleitores conservadores de Rondônia, que reagem com desconfiança e indignação. A movimentação do senador é notória. Em uma publicação de dezembro de 2023, Moura afirmava com clareza: “Eu sou de centro-esquerda. Caso este modelo esteja ultrapassado, que me deixe ser assim mesmo. Não quero mudar. Não vou mudar.” Ele ainda detalhou alianças históricas com partidos como PT, PCdoB, PDT e PSB e rejeitou qualquer aproximação com o conservadorismo: “Não sou de direita. Deixo bem claro.” Agora, no entanto, o discurso busca outro tom. Durante um evento do MDB em Porto Velho, no último dia 12, o senador reforçou a importância de afastar o partido dos extremos e destacou que foi "tachado de esquerdista" apenas por integrar a base governista no Senado. “Somos o centro democrático, contra os extremos, e precisamos reafirmar isso o tempo todo”, defendeu. A tentativa de reposicionamento do senador, contudo, não parece convencer parte expressiva do eleitorado. As críticas, muitas vezes inflamadas, se multiplicam nas redes sociais e evidenciam o ressentimento do eleitorado conservador. “Esse político nunca mais”, afirmou um usuário. Outro leitor foi mais incisivo ao declarar que Moura "sempre foi de esquerda" e que sua postura merece boicote político. Um eleitor mais enfático afirmou que Confúcio “traiu o povo de Rondônia” ao votar a favor de pautas ligadas ao governo federal, enquanto outra pessoa destacou que o senador deveria ser banido da política, chamando-o de “falso democrata”. Em tom igualmente crítico, uma usuária declarou: “O povo de Rondônia nunca mais devia votar nesse esquerdista.” As acusações variam de traição a oportunismo, com críticas que vão desde suas alianças políticas passadas até a destinação de recursos. Uma eleitora afirmou que Moura “só ajuda os municípios grandes onde há mais votos”, sugerindo desprezo pelas cidades menores do interior. Outra pessoa resumiu a insatisfação generalizada: “Esse político jamais terá meu voto.” Em Rondônia, estado de forte inclinação bolsonarista, qualquer proximidade com o governo federal tende a ser vista com desconfiança. A tentativa de Confúcio Moura de se reposicionar como uma figura de centro pode até ser pragmática, mas esbarra na memória recente de suas declarações e alianças. Ao assumir em 2023 que integrava o espectro centro-esquerda e se opunha frontalmente à direita, o senador afastou parte de um eleitorado conservador que, até então, o apoiava. Agora, o discurso de equilíbrio chega em um momento em que a paciência do eleitorado se esgota. Uma pessoa criticou a mudança de tom de Moura, afirmando que ele “não merece mais os votos dos rondonienses”, enquanto outra destacou que a nova postura soa como tentativa de reaproximação com os conservadores. Por outro lado, há quem enxergue com pragmatismo a atuação do senador. Uma leitora ponderou que, independentemente do espectro ideológico, o que importa são “os projetos e a destinação das emendas”, criticando a generalização de candidatos por partido político. O desgaste de Confúcio Moura reflete o cenário polarizado em Rondônia, onde qualquer tentativa de equilíbrio é vista com ceticismo. Mesmo ao buscar o centro, a trajetória recente do senador o coloca em um dilema: as críticas conservadoras o acusam de oportunismo, enquanto o eleitorado progressista pode questionar sua lealdade. Em uma conjuntura onde a consistência ideológica é amplamente cobrada, o senador enfrenta o desafio de convencer eleitores de diferentes espectros. O discurso de neutralidade, embora calculado, chega tarde demais para parte do eleitorado. Como afirmou um usuário de forma direta: “Esse político nunca prestou, e não é agora que vai prestar.” A postura atual de Confúcio Moura reflete uma tentativa de sobrevivência política em um estado onde a memória do eleitor parece ser implacável. Em 2026, caso decida disputar a reeleição, o senador enfrentará o peso de suas próprias declarações e alianças passadas, além da resistência cada vez mais evidente entre os eleitores conservadores de Rondônia. Fonte: Rondoniadinamica Leia Também Confúcio Moura tenta se desvencilhar da esquerda, mas é tarde demais Deputado Delegado Camargo entrega implemento agrícola para associação de Machadinho do Oeste Burocracia trava réveillon na Madeira-Mamoré, Alex Palitot se despede, e palavras precisam de ação Caso Rodoviária: Hildon terá de ser criativo; Daniel fala em CPI; e STF pode mudar comando do Detran Ezequiel Neiva assegura R$ 5,7 milhões com senador Confúcio para finalizar escola em Machadinho Twitter Facebook instagram pinterest