OPINIÃO No Brasil, impostos sobre impostos favorecem corrupção e privilégios Publicada em 14/12/2024 às 10:40 O ano está terminando e a política brasileira continua “tudo como dantes no Quartel de Abrantes” (*). Rondônia e os demais Estados do Brasil refletem a frase portuguesa que significa: nada mudou. No Brasil, temos eleições a cada dois anos, mas o povo não escolhe os nomes com melhores condições para governar municípios, Estados ou o País. A cada quatro anos, são eleitos – ou reeleitos – prefeitos, vices e vereadores. No mesmo intervalo, também ocorrem eleições gerais, com uma diferença de dois anos, elegendo – ou reelegendo – o presidente da República, governadores e seus vices; duas das três vagas ao Senado de cada Estado e do Distrito Federal, além dos deputados federais e estaduais. Apesar de realizar eleições a cada dois anos (gerais e municipais), pouco ou quase nada é feito em favor da maioria da população, aquela que paga compulsoriamente impostos sobre impostos. No Brasil, a indústria paga para fabricar, o comerciante paga para comprar da fábrica, e o consumidor paga para comprar do comerciante. Resumo: o consumidor paga tudo. Por que não adotar o imposto único? Além de ser uma solução honesta, evitaríamos a sonegação e, certamente, a corrupção. Como no Brasil e na maior parte do mundo tudo funciona em razão da política (social, econômica, partidária, etc.), é necessário que as pessoas sejam criteriosas ao votar. Não se deve vender ou trocar o voto por favores emergenciais ou individuais. Os políticos precisam priorizar a maioria da população, e não segmentos ou grupos isolados. O político deve ter como bandeira o uso correto do dinheiro público pago pelo contribuinte. Os recursos oriundos dos impostos devem ser aplicados em prioridades como saúde, educação, cultura, esportes e saneamento básico. A melhoria da qualidade de vida deve ser o foco da administração pública. O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo. Por exemplo, o preço de um veículo 1.0 carrega 33,81% em impostos, enquanto modelos com propulsores maiores chegam a 38,7%. Essa situação precisa ser revista em todos os segmentos, e não apenas no setor automobilístico. Embora tenhamos citado veículos, a situação da indústria brasileira é crítica, pois os impostos elevam os custos de produção a níveis irreais. Apesar da carga tributária pesada, não se constata a contrapartida em benefícios para a população. O dinheiro desaparece, pois grande parte é destinada a privilégios e mordomias dos políticos. A administração do País, assim como de Estados e Municípios, deve ser voltada à melhoria da qualidade de vida do povo como um todo, e não apenas de grupos isolados. Sempre existirão patrões e empregados, pois nem todos podem ser patrões, mas é necessário priorizar a maioria da população, com rendimentos condizentes com sua produção e trabalho. Jamais se deve beneficiar grupos isolados e privilegiados, que exploram os contribuintes sem oferecer o mínimo de retorno. O montante arrecadado em impostos, taxas e tributos deve ser revertido em favor do contribuinte. No Brasil, a maior parte da arrecadação é destinada ao Poder Público (Executivo, Legislativo e Judiciário). O que preocupa é a falta de sensibilidade dos governantes. Em nível federal, o grupo do atual presidente parece priorizar a disputa política com o ex-presidente. No Estado, o governador, em seu segundo mandato, enfrenta pressões constantes. Seus defeitos, naturais em qualquer segmento, são explorados continuamente, como se o denuncismo resolvesse os problemas. O mesmo ocorre em nível municipal, onde o prefeito, no final de seu segundo mandato, é criticado tanto pelo que fez quanto pelo que deixou de fazer. No Brasil, a política frequentemente carece de coerência. Os políticos precisam entender que são adversários, não inimigos. A disputa política termina com o fechamento das urnas. Quem vence deve receber apoio – que não significa subserviência – dos adversários. O objetivo comum deve ser o bem-estar da população, mesmo que com propostas diferentes. A política deve ser conduzida com trabalho, parcerias, organização, responsabilidade e honestidade. Denuncismo, revanchismo e ódio devem ser deixados de lado, pois não levam a avanços reais, especialmente no processo político-eleitoral. (*) "Tudo como dantes no quartel de Abrantes" é uma expressão portuguesa que significa que nada mudou. A expressão surgiu durante a invasão de Napoleão Bonaparte à Península Ibérica, quando a cidade de Abrantes estava ocupada pelos franceses. A resposta habitual à pergunta sobre o avanço da contraofensiva portuguesa era: "Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes". Hoje, a expressão indica inoperância, ineficiência e/ou ineficácia. Fonte: Waldir Costa / Rondoniadinamica Leia Também Realizada formatura de encerramento do Programa Educacional Bombeiro Mirim Estudantes do terceiro ano do Curso Técnico em Informática participam na SNCT do Campus Calama Prefeitura de Jaru realiza entrega de equipamento para a Polícia Técnico-científica do município Governo revitaliza sinalização na pista de pouso e decolagem do aeroporto de Ji-Paraná Entenda por que as provas do turno da tarde do concurso da Prefeitura de Rolim de Moura foram canceladas Twitter Facebook instagram pinterest