PARCEIRIAS Petrobras mira em países africanos para recompor reservas de petróleo Publicada em 17/02/2025 às 15:16 A Petrobras buscar adquirir campos de petróleo em países africanos para aumentar a quantidade de reservas da estatal, que prevê declínio da produção a partir de 2030. O interesse de comprar poços, principalmente em Angola, na Namíbia e na África do Sul, foi informado pela diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, em Nova Déli, na Índia. De acordo com a diretora, a estatal brasileira está em conversas com petroleiras multinacionais, como ExxonMobil (Estados Unidos), Shell (Reino Unido) e TotalEnergies (França), que já são parceiras das Petrobras na produção de petróleo no Brasil. A declaração foi feita à agência de notícias Reuters na última quarta-feira (12) e confirmada pela Agência Brasil. A diretora participou da India Energy Week, encontro internacional que reúne representantes da indústria petrolífera. Para a diretora, a aquisição de poços em países africanos faz sentido no portfólio da companhia. A intenção da Petrobras é exposta em um momento em que a empresa busca novas fronteiras de exploração e produção de petróleo, pensando em reverter o declínio das reservas atuais, previsto para a década de 2030. Volta ao continente africano A Petrobras voltou a manter operações no continente africano no ano passado. Em 8 de fevereiro, a companhia concluiu a aquisição de participações em três blocos exploratórios em São Tomé e Príncipe, na costa ocidental da África. Em dois blocos a participação é de 45%; e no terceiro, 25%. Em outubro de 2024, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a atuação da companhia na África do Sul, viabilizando a aquisição de participação no bloco Deep Western Orange Basin (DWOB), por meio de processo competitivo conduzido pela TotalEnergies. De acordo com o Plano de Negócios 2025-2029 da estatal, a participação de 10% no bloco sul-africano depende de aprovação governamental local. Novas fronteiras Aqui no Brasil, a principal frente de interesse exploratório é a Margem Equatorial, região no litoral norte do país tida como de grande potencial, uma espécie de “novo pré-sal”. A exploração depende, no entanto, de autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Ativistas apontam preocupações com o meio ambiente e aumento do uso de combustível fóssil, um dos causadores do aquecimento global. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressionou, na última quarta-feira (12), que o Ibama autorize a exploração. Há também grande interesse da petroleira na Bacia de Pelotas, no litoral sul do Brasil. A Petrobras é dona de 29 poços de exploração na região. Um fator que explica o interesse na Bacia de Pelotas são descobertas de petróleo no Uruguai e na África - Namíbia e África do Sul. As duas costas geográficas possuem características físicas que se assemelham. América do Sul e EUA Além de posições na África, a Petrobras tem operações na América do Sul e nos Estados Unidos. Na Colômbia, a estatal anunciou, em dezembro de 2024, a descoberta da maior reserva de gás da história do país. O poço gigante Sirius-2, explorado em consórcio com a Ecopetrol, estatal de petróleo colombiana, tem capacidade equivalente à quase metade da produção diária de gás da Petrobras no Brasil. A descoberta pode aumentar em 200% as reservas atuais da Colômbia. No entanto, a empresa brasileira explicou que, em um primeiro momento, a produção será destinada a abastecer a demanda do mercado interno colombiano. Dois outros poços na região - Buena Suerte e Papayuela - estão na linha de exploração do consórcio, o que abre expectativa para que haja excedente de produção, e o Brasil possa importar gás da Colômbia. Na Argentina, por meio da subsidiária Petrobras Operaciones S.A., a companhia detém uma participação de 33,6% no ativo de produção Rio Neuquén. Na Bolívia, produz gás principalmente nos campos de San Alberto e San Antonio, com 35% de participação em cada um desses contratos de operação de serviços, que são operados principalmente para fornecer gás ao Brasil e à Bolívia. Nos Estados Unidos, a atuação se dá em campos em águas profundas no Golfo do México, com participação de 20% da Petrobras America Inc., formando com a Murphy Exploration & Production Company a joint venture MPGoM. Produção e reservas A produção total de óleo e gás natural da Petrobras alcançou 2,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2024. Mais de 80% no pré-sal (costa do Sudeste). No fim de janeiro, a companhia informou que as estimativas de reservas provadas de óleo, condensado e gás natural apontam 11,4 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) ao fim de 2024. Deste total, 85% são de óleo e condensado e 15% de gás natural. Desse montante, 1,3 bilhão de barris foram incorporados em 2024. “Considerando a produção esperada para os próximos anos, é essencial seguir investindo na maximização do fator de recuperação, na exploração de novas fronteiras e na diversificação do portfólio exploratório para repor as reservas de petróleo e gás”, afirmou a estatal ao divulgar o total de reservas provadas. Fonte: AGÊNCIA BRASIL Leia Também Petrobras mira em países africanos para recompor reservas de petróleo Dívidas de estados e municípios pagas pela União somam R$ 556 milhões Lula defende venda direta de diesel para baratear ao consumidor Economia do país cresce 3,5% em 2024, diz FGV Saúde abre edital de credenciamento para prestação de serviços médicos e não médicos Twitter Facebook instagram pinterest