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EDITORIAL

As duas faces de Confúcio Moura: o pacifista do discurso e o triturador de adversários políticos

Publicada em 28/06/2025 às 08:50

Porto Velho, RO – O senador Confúcio Moura (MDB) voltou a ocupar espaço no debate público ao divulgar um vídeo em suas redes sociais pregando uma política sem brigas, marcada pelo respeito às divergências e pela entrega de resultados práticos. No material, o emedebista afirma que nunca precisou “gritar, ofender, xingar ou difamar adversários” para alcançar seus objetivos, reforçando sua trajetória como um político moderado, contrário ao extremismo de qualquer natureza.

"Eu não gosto de extremismo. Nem de extremismo de direita, e nem extremismo de esquerda", declarou. "Política sem briga existe. A gente pensa que política é realmente um ringue de boxe. E não é", acrescentou o senador. O conteúdo foi amplamente compartilhado por aliados, consolidando uma imagem pública centrada na conciliação e no respeito.

Entretanto, o discurso de serenidade contrasta com a avaliação feita por atores políticos que conhecem os bastidores da política rondoniense. Na coluna “Falando Sério”, assinada por Herbert Lins, Confúcio é descrito como “um exímio enxadrista político”, conhecido por desmontar adversários com discrição e eficiência. O jornalista cita nomes como Hermínio Coelho, Ernandes Amorim e Valter Araújo como exemplos de figuras públicas que teriam sido “trituradas” por Confúcio ao longo de sua trajetória, inclusive com desdobramentos judiciais.

A coluna sustenta que, embora o parlamentar adote um tom conciliador em público, sua atuação política nos bastidores é marcada por articulações precisas que enfraqueceram adversários e fortaleceram sua posição dentro e fora do MDB. “Para alguns políticos e lideranças políticas, Confúcio é o maior quebrador de ossos de adversários políticos”, escreveu Lins.

O contraste entre essas duas faces — o conciliador que prega a equidade e o estrategista que acumula vitórias silenciosas — se tornou ainda mais relevante diante da possibilidade de Confúcio disputar novamente o governo de Rondônia. Ele é citado como potencial nome para liderar uma frente progressista em 2026 e, atualmente, é o único integrante da bancada federal de Rondônia com alinhamento direto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em discursos recentes no Senado, o emedebista exaltou ações do governo federal no estado, como obras de infraestrutura e investimentos bilaterais. Ao mesmo tempo, manteve seu posicionamento contrário ao aumento no número de deputados federais, votando contra a proposta aprovada pela Casa, que ele considerou inapropriada diante da atual conjuntura orçamentária.

Ainda que suas ações mais recentes indiquem foco na moderação e na governabilidade, decisões tomadas no fim de sua gestão como governador alimentam interpretações divergentes sobre seu estilo. A criação de 11 reservas ambientais por decreto, no apagar das luzes de seu mandato em 2018, é um desses exemplos. Para ambientalistas, a medida foi vista como avanço na proteção de áreas estratégicas e alinhamento com a agenda do sequestro de carbono, tema que o próprio Confúcio já reivindicava como preocupação à época. Em entrevista à SIC TV, ele afirmou: “Faria de novo, sem nenhum problema”.

Por outro lado, a forma como os decretos foram emitidos gerou forte reação de pequenos produtores rurais e motivou uma CPI instaurada pela Assembleia Legislativa de Rondônia. O relatório final, coordenado pelo deputado Alex Redano, aponta possíveis irregularidades no processo de criação das unidades de conservação, como ausência de audiências públicas, supressão de etapas legais e reaproveitamento de estudos ambientais. Estima-se que cerca de 4.500 famílias tenham sido diretamente afetadas. Redano confirmou que o material foi encaminhado ao Ministério Público e ao Tribunal de Justiça, que tenta agora construir uma solução por meio do Nupemec. “Acho que o melhor caminho é um acordo, onde as pessoas podem ter um prazo para reflorestar”, declarou o deputado.

A sobreposição entre o discurso pacífico e a reputação de operador político habilidoso não é inédita na carreira de Confúcio Moura. O senador foi governador por dois mandatos e construiu sua liderança em meio à habilidade de dialogar com diversos setores, mas também por meio de escolhas táticas que reconfiguraram o mapa político regional em momentos decisivos.

A depender do cenário das próximas eleições, essa dualidade poderá se tornar ativo ou obstáculo. Para seus defensores, representa equilíbrio entre firmeza e diplomacia. Para os críticos, é sinal de dissimulação calculada. O fato é que o emedebista segue no tabuleiro com peças bem posicionadas e, se decidir entrar no jogo eleitoral de 2026, terá que lidar com o peso — e o benefício — das duas faces que o tornaram uma das figuras mais longevas e complexas da política de Rondônia.

Fonte: Redação | Rondônia Dinâmica

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