França e Itália cobram ajustes no acordo UE-Mercosul para proteger agricultores e regras sanitárias

Os governos da França e da Itália emitiram um posicionamento conjunto solicitando que o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul seja “mais equilibrado”, com medidas que garantam a proteção efetiva ao setor agrícola europeu e o respeito às normas sanitárias do bloco. O apelo foi feito durante um encontro em Roma, no dia 18 de junho, entre o ministro francês delegado para a Europa, Benjamin Haddad, e o ministro de Assuntos Europeus da Itália, Tommaso Foti. Com informações do site Jovem Pan.

Segundo nota oficial divulgada nesta sexta-feira (21), os dois países reiteraram apoio ao livre-comércio, desde que baseado na reciprocidade e em princípios sustentáveis. “França e Itália consideram que, embora contenha vantagens, o acordo da UE não protege suficientemente os agricultores europeus contra os riscos de perturbação do mercado e não garante de forma sustentável a soberania alimentar do continente”, afirmaram as autoridades.

O texto ressalta a necessidade de cláusulas adicionais que assegurem padrões equivalentes de saúde, meio ambiente e condições sociais entre os países europeus e os membros do Mercosul. A medida visa equilibrar a competitividade entre os produtores dos dois blocos, evitando assim impactos negativos ao setor agrícola europeu.

O acordo UE-Mercosul, negociado há mais de duas décadas, enfrenta resistência de vários países europeus, principalmente por preocupações com desmatamento, segurança alimentar e competitividade do setor rural. França e Itália têm se destacado como os principais defensores de exigências mais rígidas antes da ratificação definitiva.