☰
✕
  • Editorias
    • Política
    • Artigos & Colunas
    • Geral
    • Polícia
    • Interior
    • Brasil
    • Mundo
    • Esporte
    • Entretenimento
  • Últimas Notícias
  • Twitter
  • Facebook
  • instagram
  • pinterest
  • Capa
  • Fale Conosco
  • Privacidade
OPINIÃO

Depois do Fiscal de Boneca vem aí... a Inspetora de Faixa versus o Fantasma do Comunismo

Publicada em 24/07/2025 às 14:31

Porto Velho, RO – A vereadora Sofia Andrade (PL) voltou a ocupar o centro do debate político local ao aparecer em vídeo atacando uma faixa colocada em espaço público que, segundo ela, promovia o comunismo. O episódio reacendeu a discussão sobre a contradição entre os discursos da parlamentar em defesa da liberdade e suas práticas reiteradas de intolerância com manifestações ideológicas diferentes das suas.

No registro, publicado pela própria vereadora em suas redes sociais, Sofia aparece afirmando: “Mais de 100 milhões de mortes. Era isso que a maldita faixa que tinha aqui vangloriava”. Em outro trecho, completa: “Viemos para retirar essa faixa, que já não estava mais lá e se estivesse, iríamos sim jogar no lixo, que é o único lugar que ela merece!”. Segundo ela, o ato se justificava pela necessidade de impedir a “romantização” de regimes comunistas.

O gesto se soma a uma sequência de episódios recentes envolvendo membros da atual legislatura da Câmara Municipal de Porto Velho. Um dos mais emblemáticos é o caso das bonecas “reborn”, em que o vereador Dr. Breno Mendes (Avante), com apoio de parlamentares como a própria Sofia Andrade, aprovou um projeto de lei que proíbe o uso de recursos públicos para atendimento a objetos inanimados. A proposta, que também prevê avaliação psiquiátrica para quem solicitar serviços voltados a bonecas, foi aprovada por 17 dos 23 vereadores.

Na ocasião, o projeto ganhou destaque nacional por sua excentricidade. Editorial do site Rondônia Dinâmica apontou a falta de dados concretos que justificassem a medida, classificando-a como parte de uma “onda nacional” de legislações inspiradas por vídeos virais e pânicos digitais. “É como instalar um semáforo no meio do deserto para evitar colisão entre camelos invisíveis”, disse o texto.

Agora, com o caso da faixa, repete-se a dinâmica: situações de pouca relevância prática, associadas a simbolismos ideológicos, transformam-se em palco para ações performáticas. A vereadora, que frequentemente se apresenta como defensora da liberdade, utiliza os mesmos mecanismos que critica para silenciar ideias divergentes. O padrão já é reconhecível. Em vez de combater leis ou narrativas por meio do debate, opta por ações unilaterais, como a tentativa de remover símbolos que não correspondem ao seu posicionamento político.

 
 
 
 
Ver essa foto no Instagram
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por Sofia Andrade • Vereadora eleita de Porto Velho (@sofiaandrade.ro)

Ao comentar o episódio, Sofia Andrade afirmou: “Rondônia é de direita e Rondônia não aceita que fiquem colocando faixa exaltando o comunismo”. E acrescentou: “Simplesmente dê um Google e veja a realidade do mal que o comunismo pode fazer”. Embora se posicione contra regimes autoritários, sua atitude, ao tentar eliminar manifestações públicas com base em conteúdo ideológico, resvala justamente nos métodos que diz combater.

A atuação legislativa municipal, nesses casos, tem se revelado cada vez mais suscetível a temas efêmeros que ganham projeção nas redes sociais. Sejam bonecas ou faixas, o critério de relevância parece pautado pela viralização, e não pelas reais necessidades da população. Enquanto isso, problemas como a ausência de CAPS infantis, o déficit na regulação da saúde pública, a precariedade do transporte urbano e o déficit em saneamento básico permanecem fora da agenda prioritária.

No caso do Fiscal de Boneca, a justificativa legal foi baseada em relatos não comprovados e inspirada em conteúdo de internet. Agora, com a Inspetora de Faixa, o combate simbólico ao comunismo se sobrepõe ao princípio constitucional da liberdade de expressão. Em ambos, o resultado é o mesmo: energia institucional desviada para o enfrentamento de inimigos imaginários.

Porto Velho parece fadada a acompanhar uma legislatura mais preocupada com os fantasmas ideológicos do que com os dados objetivos da realidade. E, paradoxalmente, quem mais grita por liberdade é quem primeiro tenta calar.

Fonte: Redação | Rondônia Dinâmica

Leia Também

Delegado Camargo destina recursos e assegura espaço para empreendedores na Expoari

Os nomes de 2026; reservas ainda geram injustiças; e Confúcio diz quem são os 'verdadeiros' patriotas

Deputado federal por Vilhena durante 8 anos, Natan Donadon marca presença no Sicoob AgroShow 2025

Lula sai “das cordas” com o Tarifaço de Trump: Confúcio pode se inspirar e fazer do embate sua reentrada no ringue?

Deputado Cirone Deiró viabiliza recursos de R$ 6,2 milhões para construção de Super UBS em Vilhena

  • Twitter
  • Facebook
  • instagram
  • pinterest
  • Capa
  • Fala Conosco
  • Privacidade
© Rondônia Dinâmica, 2020