Especialista fala sobre as chances de Marcos Rogério, Fernando Máximo e Hildon Chaves nas eleições do ano que vem

Porto Velho, RO – Durante entrevista ao podcast Resenha Política, exibido na TV Rema e também veiculado no portal Rondônia Dinâmica, o pesquisador Gesson Magalhães, da Perfil Pesquisas, afirmou que a desaprovação ao governo Lula em Rondônia atinge até 80% dos entrevistados e classificou esse cenário como “irreversível”. Segundo ele, o atual presidente vive “um momento muito ruim a nível nacional, mas em Rondônia é um desastre”.

No mesmo trecho, ao ser provocado peplo apresentador Robson Oliveira sobre a ausência de Jair Bolsonaro na urna em 2026, Gesson avaliou que isso pode reforçar ainda mais a força eleitoral de nomes ligados à direita: “Talvez o fato de ele não estar na urna... traga mais amplitude e palco para os candidatos que ele apoia”, disse. Ainda de acordo com o pesquisador, mesmo fora do pleito, o ex-presidente poderia impulsionar candidaturas no estado por conta de um sentimento de “revanchismo rondoniense”.

Dentre os nomes já projetados, Gesson apontou que o pecuarista Bruno Scheid — que vem utilizando o nome “Bruno Bolsonaro Scheid” — pode surpreender na disputa pelo Senado. “Não é só viável como pode se mostrar uma grande...”, comentou, sem concluir a frase, mas reiterando que trata-se de um nome com potencial eleitoral. Segundo ele, esse desempenho estaria ligado principalmente ao eleitorado do interior do estado, onde há uma proporção de quase seis votos a um em favor da direita.

Ao avaliar o cenário para a disputa de 2026, Gesson foi direto ao ser questionado sobre o senador Marcos Rogério (PL). De acordo com o especialista, o ex-candidato a governador “teve 48% dos votos do estado há três anos” e isso confere a ele um recall significativo. “É um nome que fica na cabeça da população”, afirmou. Ainda que não tenha indicado um caminho mais fácil, Gesson disse que Marcos Rogério teria viabilidade tanto para disputar novamente o governo quanto para buscar a reeleição ao Senado.

Sobre outros nomes cogitados, o pesquisador indicou que o ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), teria um caminho natural para o governo do estado. “Mesmo quem não gosta espera que ele concorra ao governo”, afirmou. Em relação ao ex-secretário de Saúde (Sesau/RO) e atual deputado federal Fernando Máximo (PL), Gesson destacou a capilaridade do ex-deputado em todas as regiões: “Ele permeia capital e interior. Isso é raro”.

Ao tratar da bancada federal, Gesson reconheceu críticas da população, mas minimizou a ideia de que uma eventual renovação se dará por insatisfação. Para ele, muitos dos atuais deputados devem tentar cargos diferentes, como governo ou Senado, o que naturalmente abrirá espaço para novos nomes. “Talvez a mudança não seja por rejeição, mas pelo reposicionamento dos atuais parlamentares”, explicou.

Ainda segundo Gesson, a política em Rondônia vive um momento de profissionalização das campanhas. Ele alertou, no entanto, que a cobrança tende a aumentar à medida que as eleições se aproximam: “Quem não tiver um portfólio para apresentar, vai ter dificuldade para se eleger”.

O pesquisador também revelou que, embora parte da população se mostre incomodada com a polarização entre direita e esquerda, ela continua presente nas intenções de voto. “O comportamento do eleitorado mostra cansaço, mas os dados ainda indicam domínio da direita, especialmente no interior”, apontou.

No encerramento da entrevista, ao comentar sobre as demandas mais sensíveis da população, Gesson destacou que saúde e saneamento básico seguem como os principais problemas apontados em Porto Velho. “A capital tem um dos piores índices de saneamento do país, junto com o Amapá”, alertou.

A entrevista completa foi conduzida por Robson Oliveira e pode ser assistida na íntegra nas plataformas do Resenha Política, incluindo o canal no YouTube e a TV Rema.