LIGAÇÃO Putin e Macron voltam a se falar após quase três anos Publicada em 01/07/2025 às 16:19 Após um hiato de quase três anos, Vladimir Putin e Emmanuel Macron voltaram a se falar nesta terça (1º), concordando em discordar acerca da Guerra da Ucrânia e empregaram linguagem semelhante sobre o recente conflito entre o Irã e a dupla Israel e Estados Unidos. Isso foi o possível de discernir da conversa, que durou mais de duas horas. Significativamente, nem o comunicado do Kremlin, nem o do Palácio Eliseu dizem de quem foi a iniciativa de fazer a ligação. Parece bobagem, mas é uma sinalização de acomodação diplomática. O governo russo costuma enfatizar isso quando Putin conversa com algum líder ocidental, como uma forma de manter a imagem olímpica. Foi assim na mais recente vez em que ele e Macron se falaram, no dia 11 de setembro de 2022. Nesta terça, segundo a França, Macron insistiu na integridade territorial ucraniana e na necessidade de um cessar-fogo. Já Putin retomou, diz o texto da Presidência russa, a crítica à posição dos países europeus no conflito e disse que negociações de paz têm de respeitar a realidade no campo de batalha. Falou com a boca cheia, num dia em que Moscou anunciou a tomada de controle de 1 das 4 regiões anexadas ilegalmente por Putin no fim do mesmo setembro de 2022. Já sobre Oriente Médio, ainda que Putin seja um aliado do Irã e Macron tenha apoiado o ataque contra o regime em Teerã, ambos sincronizaram o discurso. Ambos afirmaram que o Irã tem direito a um programa de energia nuclear pacífico, mas que também precisa retomar suas obrigações com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) -ou seja, permitir inspeções após o ataque israelo-americano a seu programa nuclear, algo que Teerã se recusa a fazer. O emprego calculado das palavras sugere que o mal-estar entre os líderes está, se não superado totalmente, encaminhado para uma nova fase. Antes do início da guerra europeia, em fevereiro de 2022, Macron chegou a ir pessoalmente a Moscou para tentar demover Putin de invadir a Ucrânia. Viu-se sentado na ponta de uma mesa de seis metros de comprimento, virando meme global de impotência diplomática. Voltou a falar com Putin algumas vezes, a derradeira naquele setembro, e depois disse que havia sido enganado pelo russo. Tarde demais. De lá para cá, passou a assumir uma das posturas mais belicistas no conflito, defendendo o apoio europeu à Ucrânia mesmo no contexto da volta de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos. O republicano restabeleceu comunicações diretas com Putin, falando quatro vezes publicamente ao telefone com ele. O presidente americano conseguiu levar os russos a iniciar tratativas com os ucranianos, mas só para ver algumas trocas de prisioneiros. Ambos os lados colocaram no papel suas demandas, e elas são, como disse Putin na semana passada, incompatíveis. No ano passado, houve o auge do mal-estar entre Putin e Macron, quando o francês cogitou o envio de soldados para uma força de paz europeia na Ucrânia e doou caças Mirage-2000 para Kiev. Putin sugeriu que as tropas ensejariam um conflito direto com a Otan, a aliança militar ocidental, e uma guerra nuclear. Macron então brincou de Putin e fez serem postadas fotos suas treinando boxe de forma agressiva, algo não muito próximo de sua imagem pública suave. E dobrou a aposta ao fazer teste com míssil capaz de lançar ogivas nucleares. Com a realidade de uma guerra sem o apoio total dos EUA, mas com a sempre presente possibilidade de Trump mudar de ideia, aparentemente houve concessões de lado a lado, restando saber o real conteúdo da conversa. Fonte: NOTÍCIAS AO MINUTO Leia Também Putin e Macron voltam a se falar após quase três anos Trump diz que será muito firme com Netanyahu para encerrar guerra em Gaza Em prisão domiciliar na Argentina, Cristina Kirchner pede para que Justiça autorize visita de Lula, diz jornal Acesso à doação de sangue é ampliada e estoque reforçado com ação estratégica do governo de RO em Porto Velho Justiça de Rondônia mantém leilão de veículos apreendidos na Operação Fraus Twitter Facebook instagram pinterest