O protagonismo das mulheres negras e a equidade racial foram destaque no bate-papo promovido pelo Tribunal de Justiça de Rondônia em alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, na última sexta-feira (25).
Com mediação da servidora do Núcleo de Acessibilidade, Inclusão e Gestão Socioambiental (Nages) Débora Honorato, o debate contou com a participação das juízas Ângela Maria da Silva e Paula Carine Matos de Souza e da assessora-chefe de Comunicação do Ministério Público do Trabalho em Rondônia e no Acre (MPT-RO/AC), Marcela Bonfim.
As convidadas compartilharam suas vivências e a importância das mulheres negras ocuparem espaços de poder no sistema de justiça. “A comunicação é uma conquista do povo negro, um povo que não teve o direito de se comunicar e hoje fala. Estar dentro desse sistema significa continuar lutando por esse direito que ainda não chegou a todos”, disse Marcela sobre o impacto de estar à frente da comunicação do MPT-RO/AC.
A juíza Ângela Maria compartilhou como foi perceber que poderia ocupar espaços diferentes daqueles que seus avós e pais ocupavam. “Segui essa trajetória de estudar e tentar sair desse lugar de invisibilidade que as pessoas negras, principalmente as mulheres, são colocadas, percebi que só chegaria a um espaço de poder mediante o estudo”, disse.
“Somos a maioria populacional, mas a minoria nos espaços de poder. Pensar na representatividade é pensar que outras mulheres negras olhem e pensem que também podem sonhar e ocupar esses lugares, além do Poder Judiciário”, afirmou a juíza Paula Carine sobre a importância da representatividade não somente como algo que alguns poucos puderam alcançar, mas que outras pessoas olhem e também sonhem.
Resistência e inspiração
“A presença de mulheres negras no sistema de justiça é a prova viva de resistência, competência e transformação: mais do que superar obstáculos, nós estamos abrindo caminhos e ocupando espaços por direito, este encontro celebra trajetórias e reforça a importância de avançarmos”, concluiu a mediadora Débora.
Confira
A live foi transmitida ao vivo pelo canal oficial do TJRO no Youtube, diretamente do Espaço Sustentável no edifício-sede em Porto Velho, e está disponível na íntegra no link.