PALESTINOS DESLOCADOS Israel declara Cidade de Gaza "zona de combate perigosa" e suspende corredor humanitário Publicada em 29/08/2025 às 15:46 O Exército israelense declarou nesta sexta-feira (29) que a Cidade de Gaza, a mais populosa da Faixa de Gaza, agora é “uma zona de combate perigosa” e suspendeu um corredor humanitário que estabeleceu na cidade há cerca de um mês. O anúncio é mais um passo rumo à tomada da cidade, no que Israel diz compor esforços para a "vitória total" sobre o grupo terrorista Hamas. Israel disse já controlar os arredores da Cidade de Gaza, e que está atuando "com grande intensidade" nessas regiões. “A partir de hoje (sexta-feira), às 10h00 (4h no horário de Brasília), a pausa tática local nas atividades militares não se aplicará à área da Cidade de Gaza, que passa a constituir uma zona de combate perigosa”, disse o Exército em comunicado, referindo-se a pausas diárias nos combates e um corredor humanitário estabelecido na cidade, no final de julho, para aumentar a distribuição de comida. Israel também anunciou nesta sexta-feira que recuperou o corpo do refém Ilan Weiss e "evidências relacionadas a outro refém morto", que não foi identificado, durante uma operação na quinta. O governo Netanyahu acredita que ainda há cerca de 50 reféns israelenses em Gaza, sendo por volta de 20 ainda vivos. Cerca de um milhão de palestinos vivem na Cidade de Gaza, segundo a ONU, sendo que alguns deles chegaram ao local após serem forçados a fugir da guerra entre Israel e Hamas, que dura quase dois anos. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou que uma ampla ofensiva na cidade terá consequências catastróficas. Homem carrega corpo de criança morta durante ataque na madrugada na Cidade de Gaza, em 29 de agosto de 2025. — Foto: Dawoud Abu Alkas/ Reuters Nos últimos dias, o Exército de Israel tem pedido que os moradores evacuem a Cidade de Gaza, e o porta-voz Avichay Adraee afirmou na quarta-feira que esse é um processo "inevitável". Ao mesmo tempo, segundo Adraee, cada família que evacuar a cidade para o sul "receberá a maior assistência humanitária possível", com uma estrutura de tendas, futuros novos complexos de distribuição de ajuda humanitária e uma rede de água. Israel busca tomar a Cidade de Gaza como próximo grande passo na guerra contra o grupo terrorista Hamas —posteriormente, o objetivo é controlar todo o território palestino, segundo o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. O Exército israelense reiterou nesta sexta-feira que já iniciou os "primeiros estágios" da tomada da cidade. (Leia mais abaixo) Milhares de palestinos já fugiram da cidade, mas líderes religiosos disseram nesta semana que permaneceriam no local, porque deixar a cidade e tentar fugir para o sul seria “nada menos que uma sentença de morte”. Fotos da agência de notícias AFP tiradas na região na quinta-feira mostraram filas de pessoas deixando suas casas rumo ao sul em vans e carros carregados de colchões, cadeiras e sacolas. A ONU afirma que o deslocamento forçado em massa de palestinos, como o que pode ocorrer na Cidade de Gaza, pode configurar um crime de guerra. A guerra desencadeou uma grave crise humanitária em Gaza, e nesta semana a ONU disse ter identificado o estado de fome generalizada na Cidade de Gaza, a 1ª vez que isso ocorre no Oriente Médio. A evacuação da Cidade de Gaza e o preparo para a ampla ofensiva militar é amplamente criticada pela comunidade internacional. Nesta sexta-feira, Espanha, Islândia, Irlanda, Luxemburgo, Noruega, Eslovênia condenaram veementemente a operação, e anteriormente dezenas de outros países já repudiaram ações israelenses dessa natureza. Bombardeada desde o início da guerra, a Cidade de Gaza enfrenta um aumento nos ataques aéreos de Israel desde o dia 8 de agosto, quando o governo Netanyahu aprovou os planos para tomar a cidade. Tanques israelenses avançam cada vez mais sobre a cidade, com bombardeios a casas em diferentes bairros, segundo agências de notícias. Moradores dos bairros periféricos de Ebad-Alrahman e Zeitoun relataram ataques e bombardeios intensos. Fonte: G1 Leia Também Israel declara Cidade de Gaza "zona de combate perigosa" e suspende corredor humanitário TCU mantém condenação por superfaturamento em contratos da pandemia em Porto Velho Chanceler da China fala em "reforçar confiança" com Brasil e resistir ao unilateralismo MPRO participa da abertura do III Encontro de Ouvidorias Judiciais da Região Norte no TJRO Governo Maduro pede que ONU exija aos EUA cancelar envio de navios à costa da Venezuela Twitter Facebook instagram pinterest