ENTREVISTA Secretário denuncia ataques criminosos em Rondônia: brigadistas cercados por fogo e tiros durante combate às queimadas Publicada em 19/08/2025 às 10:49 Porto Velho, RO – O secretário de Estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia (SEDAM), Marco Antônio Lagos, afirmou em entrevista ao Resenha Política, apresentado por Robson Oliveira em parceria exclusiva com o Rondônia Dinâmica, que brigadistas e policiais enfrentaram ataques criminosos durante operações contra queimadas em áreas protegidas. Segundo ele, no Parque Estadual Guajará-Mirim, invasores retaliaram ações de desintrusão ateando fogo em diversos pontos ao mesmo tempo. “Eles tacavam fogo e a gente vinha com a guarnição apagando. Daqui a pouco tinha fogo nas costas da guarnição, para matar a guarnição”, disse. Lagos acrescentou que também houve disparos de arma de fogo contra equipes. “Pedimos socorro ao governador Marcos Rocha, que determinou apoio imediato da Polícia Militar”, relatou. Incêndios usados como retaliação De acordo com o secretário, o parque sofreu represálias após a retirada de invasores. Já na Estação Ecológica Soldado da Borracha, entre Porto Velho e o Vale do Jamari, as queimadas foram ligadas ao desmatamento. “No Guajará foi vingança, mas na estação era limpeza de áreas após derrubada. O fogo é mais barato do que maquinário pesado, e acaba virando a primeira etapa depois do desmate”, explicou. Lagos afirmou que o combate exigiu operações específicas, como a Operação Iléia, realizada em conjunto com o Batalhão de Polícia Ambiental. Ele destacou que Rondônia foi o estado que mais efetuou prisões por incêndio florestal em 2024, incluindo a de um ex-vereador da capital. “Prendemos pessoas em flagrante, conduzidas à central de polícia. Incêndio é crime, seja grande ou pequeno”, afirmou. Saúde pública em risco O secretário também chamou atenção para os impactos das queimadas urbanas, frequentemente provocadas em terrenos baldios. “A pessoa prefere tocar fogo porque é mais barato do que carpir. Só que isso atinge a saúde pública”, declarou. Lagos comparou os efeitos à pandemia de Covid-19. “Nós já vimos o quanto doenças respiratórias são graves. Em 2024, Rondônia chegou a registrar o pior ar do planeta, dez vezes acima do limite insalubre. Equivalia a fumar três carteiras de cigarro por dia”, disse. Segundo ele, 2024 foi marcado por aeroportos fechados e cidades cobertas de fumaça. “Garantir que não se repita eu não posso, mas estamos trabalhando muito. Hoje já temos 60% menos focos de calor em comparação ao mesmo período do ano passado”, destacou. Pressões e resistência política Ao ser questionado pelo jornalista Robson Oliveira sobre as pressões da classe política contra a preservação ambiental, Lagos admitiu que o tema é constante. “Posso não concordar com uma lei, mas tenho que cumpri-la. Eu até acho que deveria ser 50% de uso alternativo do solo na Amazônia, não 20%, mas não posso agir fora da legalidade”, afirmou. Ele criticou invasões em reservas e ressaltou que o governo Rocha tem agido com respaldo judicial. “No Parque Guajará-Mirim entramos com ações, garantimos contraditório e ampla defesa, e fizemos a desocupação sem confronto. Já na Jaci-Paraná, havia de 3 a 4 mil pessoas e até meio milhão de cabeças de gado. Estamos conduzindo a retirada de forma gradual, mas com resistência”, disse. Fiscalização e madeireiras irregulares O secretário também abordou operações contra madeireiras em situação ilegal, especialmente em Alto Paraíso. “Fechamos nove madeireiras. Encontramos castanheiras cortadas, mesmo sendo espécie imune por lei, e empresas atuando apesar de embargos judiciais. Não tem como permitir isso”, afirmou. Lagos acrescentou que, durante sua gestão, não houve operações da Polícia Federal contra a secretaria, atribuindo a estabilidade à transparência nos processos. Expectativas para 2025 Apesar das dificuldades e do corte orçamentário pela Assembleia Legislativa, Lagos disse esperar um ano menos crítico do que 2024. “Nosso produtor rural é sério, é honesto e cumpre a lei. Mas não posso aceitar que uma minoria destrua a saúde pública da população. Esse é o limite”, concluiu. Fonte: Redação | Rondônia Dinâmica Leia Também Secretário denuncia ataques criminosos em Rondônia: brigadistas cercados por fogo e tiros durante combate às queimadas Deputado Estadual Marcelo Cruz entrega trailer para saúde do município de Pimenta Bueno Movimento Legendários anuncia evento em Porto Velho com foco em transformação pessoal Maurício pode apoiar Sérgio ou Hildon; Fúria reafirma pré-candidatura; e Zema pode rivalizar com Lula Presidente da ALE/RO sobre AEGEA assumir saneamento em Rondônia: “Prejuízo será enorme” Twitter Facebook instagram pinterest