TROCA DE TERRITÓRIOS Zelensky diz a Trump que Putin está blefando sobre acordo de cessar-fogo Publicada em 14/08/2025 às 09:41 O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a líderes europeus que Vladimir Putin está "blefando" nas negociações do acordo de cessar-fogo nesta quarta-feira (13). O ucraniano conversou com jornalistas após uma videoconferência com Trump e vários aliados. Na reunião, eles debateram sobre como devem ser conduzidas as negociações que o republicano irá fazer com o presidente russo, no Alasca, nesta sexta-feira (15). "Putin está tentando pressionar a frente ucraniana em uma tentativa de mostrar que a Rússia é capaz de ocupar toda a Ucrânia. Esperamos que o tema central da reunião seja um cessar-fogo imediato. Devem ser estabelecidas sanções e reforçá-las se a Rússia não aceitar um cessar-fogo", declarou. Segundo o presidente da França, Emmanuel Macron, Trump disse que qualquer questão envolvendo o território ucraniano será negociada apenas pela Ucrânia e que pressionará o líder russo pelo fim da guerra, que já dura três anos e meio. Após a reunião, o chanceler alemão, Friedrich Merz, também falou e disse que a discussão foi "construtiva e boa". Contou que Trump concordou ser necessário que "uma cronologia correta aconteça a partir de agora: primeiro um cessar-fogo [nos combates], e depois discussões por um acordo permanente para o fim da guerra", e que os aliados concordaram que as seguintes condições devem ser atendidas: o reconhecimento de anexação pelos russos de qualquer território ucraniano não pode acontecer; tem que haver garantias de segurança à Ucrânia; a soberania da Ucrânia tem que ser respeitada; "Nosso apoio à Ucrânia é inegociável. Fronteiras não podem ser mudadas à força, e a Ucrânia tem que ter garantias robustas de segurança para defender sua integridade territorial", afirmou Starmer. A ligação serviu para Zelensky e seus aliados europeus argumentarem com Trump a importância de assegurar uma posição mais favorável possível pró-Europa nas negociações com Putin. Eles temem que, com uma possível nova aproximação entre Trump e Putin, uma proposta de paz acordada no Alasca exija muito mais concessões de Kiev do que de Moscou — inclusive territoriais. Trump mencionou no início da semana uma possível "troca de territórios", mas sem dar mais detalhes. (Leia mais abaixo) O líder ucraniano e a maioria de seus aliados europeus têm afirmado que uma paz duradoura não pode ser garantida sem que a Ucrânia esteja na mesa de negociações, e que um acordo deve respeitar o direito internacional, a soberania da Ucrânia e sua integridade territorial. Ao mesmo tempo que, segundo Merz, Trump "iniciará" na sexta as tratativas com Putin para finalizar a guerra, Ucrânia e Rússia têm posições totalmente opostas. Zelensky reafirmou na terça-feira que a Rússia deve concordar com um cessar-fogo antes que questões territoriais sejam discutidas, e disse que rejeitaria qualquer proposta russa de que a Ucrânia retire suas tropas da região oriental de Donbass e ceda suas linhas defensivas. "Conversas substantivas e produtivas sobre nós sem nós não funcionarão. (...) Elas são possíveis, mas não serão aceitas na prática. Assim como não posso dizer nada sobre outro Estado ou tomar decisões por ele", disse Zelensky em entrevista à imprensa na terça-feira. A Rússia, por sua vez, rechaçou nesta quarta-feira a ideia de troca de territórios e disse que não fará concessões. Um porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores afirmou que a posição do país não mudou e que não abrirá mão das regiões ucranianas de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, que suas tropas controlam e a Rússia declarou como suas. Troca de territórios Trump disse que qualquer acordo de paz envolveria "alguma troca de territórios para o bem de ambos" a Rússia e a Ucrânia. Questionada sobre o motivo de Zelensky não se juntar aos líderes dos EUA e da Rússia na cúpula do Alasca, uma porta-voz da Casa Branca afirmou na terça-feira que a reunião bilateral havia sido proposta por Putin e que Trump aceitou a proposta para obter um "melhor entendimento" de como encerrar a guerra. "Isso cabe ao presidente ir e obter um entendimento mais firme e preciso de como podemos, com sorte, encerrar esta guerra", disse a secretária de imprensa, Karoline Leavitt, a repórteres. Fonte: G1 Leia Também Zelensky diz a Trump que Putin está blefando sobre acordo de cessar-fogo Grécia, Portugal e Espanha enfrentam incêndios florestais severos Irã afirma que prendeu 21 mil pessoas durante guerra de 12 dias contra Israel Desconfiança e cautela pairam sobre encontro entre Trump e Putin no Alasca MPRO destaca ações de combate às queimadas e crimes ambientais em seminário preparatório para a COP 30 Twitter Facebook instagram pinterest