Um dos cinco pacientes contaminados com bactéria rara tem alta da UTI

Um dos cinco pacientes contaminados com bactéria rara tem alta da UTI

Contaminação pode ter acontecido após consumo de milho verde enlatado

Em fevereiro deste ano, cinco pessoas de uma mesma família foram contaminadas pela bactéria Clostridium botulinum, causadora da doença chamada ‘botulismo’. Após o surgimento dos sintomas, todos foram internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Cacoal (RO), município a 480 quilômetros de Porto Velho, e uma pessoa já apresentou grande melhora.

De acordo com informações repassadas pelo hospital, os pacientes estão reagindo ao tratamento, sendo que uma das três mulheres contaminadas teve alta da UTI, sendo transferida para a enfermaria do hospital. Os demais pacientes seguem internados na UTI.

A paciente que apresentou melhora mais significativa já respira sem a ajuda de aparelhos, se movimenta bem e conversa. Além dela, outras duas mulheres da mesma família também foram contaminadas. Nesse momento elas permanecem na UTI e apresentam instabilidade clínica.

Os dois homens também seguem internados na UTI e respiram com a ajuda de ventiladores mecânicos. Eles também apresentaram melhora. Um deles já consegue se movimentar e conversar, enquanto o outro apresenta movimentos dos membros inferiores e superiores, mas ainda não executa movimentos faciais.

De acordo com a médica responsável, no caso do botulismo, a recuperação dos pacientes é realmente lenta, mas a equipe está confiante que em breve todos terão alta.

Entenda o caso

Durante um almoço de domingo, oito pessoas de uma mesma família foram contaminadas pela bactéria Clostridium botulinum, causadora de uma doença denominada botulismo. A bactéria foi contraída depois de comerem uma maionese preparada com milho em conserva.

Cinco pacientes foram internados na UTI do Hospital Regional de Cacoal. Os outros três, sendo um adulto e duas crianças, permanecem em São Miguel do Guaporé, onde moram, já que não precisaram de internação.

O setor de vigilância em saúde de Cacoal alerta que não foi confirmado surto de botulismo em Rondônia, mas sim em uma localidade restrita.

A coordenadora de vigilância em saúde de Cacoal, Ivani Gromann, detalhou que botulismo é uma doença bacteriana rara e não contagiosa, mas é grave e pode ser fatal.

A bactéria rara pode entrar no organismo por meio de machucados ou pela ingestão de alimentos enlatados – preservados de forma inadequada.

“Horas após a pessoa ingerir o alimento contaminado, já começa a apresentar visão dupla e, em seguida, uma paralisia progressiva, que atinge boca, olhos e os principais órgãos. Se não tratada, pode levar ao óbito”, explicou Gromann.

E foram esses os sintomas que os membros da família apresentaram logo após o almoço. Eles foram transferidos para Cacoal na madrugada da última segunda-feira (11), onde foram medicados com o soro antibotulínico, que foi enviado ao município por meio de transporte aéreo de Brasília (DF) e Porto Velho.

Ivani explicou que a maioria das bactérias do botulismo está presente principalmente nos alimentos enlatados. Entretanto, não é possível confirmar ainda de qual alimento partiu a bactéria. A suspeita é de milho em conserva.

“Na terça-feira (12), enviamos para o Lacen amostras de sangue de todos os oito pacientes para confirmar o surto, pois hoje temos apenas a suspeita. Achamos que pode ter sido milho em conserva, pois foi o único alimento enlatado utilizado pela família para o preparo da maionese que todos comeram no almoço. No entanto, a vigilância de São Miguel enviou para a capital amostras de todos os alimentos que estavam na geladeira da casa onde o almoço foi preparado”, detalhou a coordenadora. O resultado do exame ainda não chegou.

Sintomas do botulismo

Nesse tipo de botulismo alimentar, de acordo com a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), neurotoxinas atacam os nervos das pessoas, fazendo cair a musculatura da língua, da pálpebra e do céu da boca. Quando elas entram na corrente sanguínea, primeiramente se alojam em nervos cranianos.

Autor / Fonte: Magda Oliveira, G1 Cacoal e Zona da Mata

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