Rondônia reúne profissionais de referência na América Latina para avançar na capacitação do tratamento da hanseníase

Rondônia reúne profissionais de referência na América Latina para avançar na capacitação do tratamento da hanseníase

Para discutir sobre as práticas mais avançadas no diagnóstico e tratamento da hanseníase, médicos e enfermeiros dos municípios com maiores registros de casos da doença em Rondônia estão reunidos para adquirir novos conhecimentos com o médico dermatologista e hansenologista, Jaison Antônio Barreto, do Instituto Lauro de Souza Lima(ILSL), centro de referência para a América Latina em Bauru (SP), juntamente com a enfermeira do estado do Maranhão, mestre em Saúde e Ambiente, Sônia Maria Ferreira da Silva Serra. O encontro acontece até sexta-feira (26) em Porto Velho.

Essa é uma doença infectocontagiosa que décadas atrás era conhecida como “lepra”. Historicamente foi acompanhada pela discriminação que ainda dificulta nos dias atuais a procura precoce por tratamento, mas cada vez mais o enfrentamento da doença encontra eco entre os profissionais de saúde, as instituições responsáveis pelo combate à doença e a sociedade, através da conscientização no sentido de combater a hanseníase e suas complicações, assim como acabar com a discriminação e promover a inclusão.

De acordo com a gerente técnica da Vigilância Epidemiológica da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), Arlete Baldez, a capacitação envolve a participação de cerca de 60 profissionais. Dividida nas etapas teórica e prática, sendo a primeira realizada no Rondon Palace Hotel e a segunda na Policlínica Oswaldo Cruz (POC) e hospital Santa Marcelina. ‘‘É para ampliar e atualizar conhecimento dos nossos profissionais em hanseníase, uma doença que tem diversas formas de apresentação, que os médicos e enfermeiros têm que estar atentos a todas essas variações e as ações de controle’’, considera.

A capacitação é considerada completa, pois envolve tanto a parte clínica quanto laboratorial, ou seja, os profissionais recebem orientações quanto ao diagnóstico clínico e laboratorial, interpretação de resultado de exames, avaliação clínica, coleta de material, avaliação e prevenção de incapacidades. Segundo o hansenologista, em Rondônia, por ser um estado onde há muita migração, os casos de hanseníase são acentuados. A doença desafia todo o país.  ‘‘É uma doença que ainda vai persistir por muitos anos em nosso país e aí é importante as capacitações em serviços, como a que está acontecendo aqui, para que no futuro tenhamos uma redução dessa doença’’, avalia.

Ele ainda destaca a importância de um esforço conjunto para o enfrentamento da doença. ‘‘O Ministério da Saúde tem se empenhado em capacitar profissionais em todos os estados e isso com esforço das Secretarias Estaduais de Saúde para avançar na descentralização de diagnóstico, oferecer uma melhor qualidade de atenção e mais próximo da casa do paciente’’, considera.

Para a enfermeira Sônia Maria, é preciso avaliar as evoluções no tratamento da doença e aplicar as melhores práticas. ‘‘A nossa maior contribuição é a reflexão sobre nossos processos de trabalho e como esses processos foram se aprimorando à luz da literatura e da documentação do Ministério da Saúde. É um momento que os profissionais param para refletir sobre suas práticas a partir das construções e desconstruções do tratamento’’, disse.

Autor / Fonte: Vanessa Moura/Secom

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